domingo, 1 de setembro de 2013

Chevette (1973 - 1993)


Um fiasco da linha Chevette: o Junior, versão de 1000 cilindradas oferecida nos últimos anos (na foto um modelo 1992). Era bastante despojado - note a ausência de frisos laterais, janelas laterais basculantes, retrovisor externo do lado do passageiro e da junção dos pára-choques.
A versão de quatro portas, que também não fez sucesso por conta do gosto brasileiro por carros de duas e de três portas. Na foto, um SL/E automático de 1988, último ano do Chevette quatro portas, que vendia em média 30 unidades por mês.
A campanha de lançamento do Chevette, em 1973: mostrava as primazias e os destaques positivos que o carro pequeno da GM oferecia.
O face-lift da linha 1978: trazia grade integrada ao capô e lembrava o Pontiac Firebird norte-americano. 




As séries especiais do Chevette, de cima para baixo: País Tropical, de 1976; GP, de 1975 (na foto, um modelo 1978); GP II, de 1977; Jeans, de 1979; e Ouro Preto, de 1982.
O Chevette Auto-Escola, interessante variação do pequeno da GM para quem estava aprendendo a dirigir. A marca da gravata o criou para concorrer com o Fusca da mesma versão, que era muito presente nas auto-escolas, e também foi oferecida na Brasília e no Fiat 147.
A unidade do Chevette n° 150.000, fabricada no dia 18 de setembro de 1975.

As campanhas das duas vezes em que o Chevette foi eleito Carro do Ano pela revista Auto Esporte, em 1974 e 1981. No ano anterior, o carro de entrada da General Motors obteve seu pico de venda, com 94.816 exemplares comercializados.
O Chevette S/R, esportivo oferecido somente na versão hatch e com motor 1.6. Na verdade, era apenas uma versão incrementada com a mecânica das versões comuns, como o Escort XR3 1.6 e o Uno 1.5 R que viriam, respectivamente, em 1983 e 1987. Interessantes eram as combinações de pintura, preto com parte inferior prata ou vice-versa.
Um SL de 1982: já vinha com os faróis quadrados oferecidos desde a linha anterior. Percebe-se a mudança pela posição dos logotipos externos "CHEVROLET" e "CHEVETTE SL". 
O anúncio acima homenageia o Chevette pelo título de campeão brasileiro de vendas de 1983, quando o carro pequeno da GM completou 10 anos de vida.
A primeira fase do Chevette L, vendida de 1984 a 1986: tinha emblema dianteiro e pára-choques na mesma cor da carroceria e interior com acabamento cinza. Note as maçanetas externas pretas em vez de cromadas.
Um Hatch de 1985 em acabamento SL. Esta versão do Chevette nos primeiros anos vendeu bem, mas a partir de 1983 perdeu espaço com a reformulação externa e também por que os modelos hatchback saíram de moda no mundo todo. Mesmo com a conveniência da terceira porta, o compartimento de carga era minúsculo e o espaço interno deixava a desejar, sobretudo no banco traseiro. O Chevette Hatch deixou de ser produzido em 1987 e não aguentou as vendas baixas.
A apresentação da linha 1987, com a introdução do acabamento SE, que se diferenciava por ter borrachões laterais mais largos, acabamento interno mais requintado, painel com relógio digital, hodômetro parcial e luzes de controle de consumo. Mas o espaço interno continuava alvo de críticas, bem como a posição de dirigir.
A linha 1988 apresentava o acabamento SL/E - uma padronização com o Monza, e o motor 1.6 S, que era mais potente - 81 cv a álcool e 73 cv a gasolina, resultando em melhor desempenho e menor consumo.
A campanha de 1989, com um Chevette SL/E, agora anunciava o pequeno da GM como um carro cheio de razão.
Um Chevette DL de 1991: a unificação das versões SL e SL/E oferecidas até o ano anterior.
Um Chevette Conversível de 1984. Esta versão era personalizada pela concessionária Dipave, de Curitiba(PR), que adaptava o carro de série para conversível e emitia um certificado do Instituto de Tecnologia do Paraná na nota fiscal. Note o adesivo Summer próximo da porta. Outras diferenças deste Chevette para o de linha são o interior em couro e a posição do bocal de abastecimento. Este é ocultado pela placa traseira, como no Opala.
Um Chevette DL com quatro portas e transmissão automática. Nesta configuração, o pequeno da GM destinava-se exclusivamente a exportação - a carroceria com portas traseiras foi retirada do mercado brasileiro em 1988 e a mencionada caixa de mudanças deixou de ser oferecida em 1990. O exemplar da foto é uma raridade que ficou no Brasil.
As três versões do ano de despedida do Chevette: na foto de cima, um DL, com interior agradável, rodas de alumínio e pára-brisa degradê; no centro, o despojado Junior, com motor 1.0 e fraco desempenho; e embaixo o derradeiro L, que voltou a linha depois de quase dez anos, tinha acabamento básico e era equipado com motor 1.6, tanto a álcool como a gasolina. O último exemplar deixou as linhas de montagem da General Motors no dia 12 de novembro de 1993, depois de duas décadas de carreira.

O Chevette foi lançado em abril de 1973, seis meses antes de sua versão vendida na Europa, o Opel Kadett de quarta geração. O investimento para sua produção, na unidade de São José dos Campos(SP), foi de US$ 102 milhões. Vinha na carroceria sedã de duas portas em acabamento único Standard, com motor 1.4 e a origem do nome é uma expressão francesa que significa pequeno Chevrolet. Ao mesmo tempo chegava um concorrente de peso, o Brasília. O modelo de entrada da GM foi pioneiro no comando de válvulas acionado por correia dentada, tinha tração traseira como seu rival da Volkswagen e tanque de combustível montado atrás do encosto do banco traseiro, com capacidade de 45 litros e bocal de abastecimento na coluna traseira direita. Esse detalhe é interessante para a segurança no caso de acidente, e também por impedir o risco de furo por objetos soltos na via. O comando de válvulas era no cabeçote, diferente do Opala, do Corcel e de toda a linha da marca do carro do povo de então, que era refrigerada a ar. Destaque positivo do Chevette era o bom esterçamento, beneficiado pela tração traseira, mas ao custo de uma posição de dirigir deficiente, com pedais e volante deslocados para a esquerda e pouco espaço para os passageiros de trás. A velocidade máxima era de 145 km/h. O carro de entrada da General Motors trouxe inovações interessantes e algumas inéditas: pisca-alerta, coluna de direção não-penetrante e duplo circuito de freios (um para a frente e outro para a traseira), mas apresentava ainda outras deficiências, como o eixo traseiro rígido que sacolejava em piso irregular e molas duras, que prejudicavam o conforto dos ocupantes. Outra novidade introduzida pelo modelo pequeno da marca da gravata foi o eixo traseiro com tubo de torque, pelo qual passa boa parte do cardã, por isso nas arrancadas o carro levantava a traseira. Em 1974, o Chevette foi eleito o Carro do Ano pela revista Auto Esporte, repetindo o feito em 1981, e chegou a marca de 50.000 unidades fabricadas. Neste ano a GM realizou um recall, devido a um defeito na caixa de câmbio. Na linha 1975, foi oferecida a série especial GP, referência ao Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, que se diferenciava do Standard por ter cor externa prata, faróis de neblina, sobre-aros cromados nas rodas, faixa preta que ia do capô ao porta-malas e outra faixa preta nas portas, mas o desempenho era fraco para as pretensões esportivas por ser o mesmo 1.4 das versões inferiores. Este Chevette foi o carro oficial do mencionado evento, o que a GM repetiria mais tarde com a Ipanema, dali a dezesseis anos. Também foi apresentada a versão Especial, que não tinha calotas e frisos, e buscava melhor preço ao custo de acabamento simplificado com materiais de qualidade inferior. Em 18 de setembro foi fabricada a unidade 150.000. Na linha 1976, chegava o acabamento SL, com molduras cromadas nas lanternas e a parte central do painel mais elevada e a série especial País Tropical, com faixas externas, retrovisores esportivos, rádio/toca-fitas e rodas com desenho diferenciado. A Fiat inaugurava sua produção no Brasil apresentando o 147, o novo concorrente, que era moderno, tinha espaço interno maior, e vinha com motor transversal e tração dianteira. O Chevette fechou este ano com 70.733 exemplares comercializados. Em 24 de maio foi fabricada a unidade 200.000. No ano seguinte vinha a série especial GP ll, com novos comando de válvulas, carburador e distribuidor, na qual o manual recomendava abastecer com gasolina azul. O exemplar 250.000 foi produzido no dia 18 de fevereiro. O GM de entrada fechou 1977 com 65.964 carros vendidos. Para a linha 1978, vinha a primeira mudança de estilo: grade dividida em dois retângulos e integrada ao capô, lembrando o Pontiac Firebird americano. As vendas chegaram a 86.384 exemplares. Em 1979, chegavam a versão de 4 portas, que nunca emplacou por conta da preferência nacional daquela época pelos carros de duas e de três portas, e a série especial Jeans, que podia vir em duas cores externas (branco ou prata), e tinha pára-choques pretos e acabamento interno em jeans azul, a mesma cor dos logotipos externos. O Chevette terminou o ano com 90.084 carros comercializados. Para 1980, chegavam novas lanternas traseiras retangulares, novos pára-choques com faixa preta, a versão hatch e o motor 1.4 a álcool, com carburador de corpo duplo. Mas o de corpo simples permaneceu no equivalente a gasolina. Em 8 de fevereiro foi produzido o exemplar 500.000. Em maio chegava um novo concorrente - o Gol, ainda equipado com propulsor 1.3 refrigerado a ar, e considerado subpotenciado - um prenúncio do que ocorreria mais tarde com o Tempra, lançado em fins de 1991 com um motor 2.0 de 99 cv, porém penalizado por ser carburado, e também por ter marchas longas, catalisador e pelo peso elevado. Este foi o melhor ano em vendas da história do pequeno Chevrolet, com 94.816 unidades comercializadas. Em 1981, vinha o acabamento S/R, com a mecânica de 1.6 litro alimentada por carburador de corpo duplo e exclusivo do hatch. As cores externas do esportivo podiam ser preto com parte inferior prata ou vice-versa, e os faróis de toda a linha eram agora quadrados. Também neste ano surgiu o Chevette Conversível, que não era uma versão de linha, e sim uma adaptação do carro convencional feita pela Dipave, concessionária Chevrolet de Curitiba(PR) e vendida somente por esta. As diferenças para o modelo comum eram revestimento interno de couro, um adesivo Summer próximo das portas, bocal de abastecimento na traseira (como no Opala e na dupla Corcel/Del Rey) e um certificado do Instituto de Tecnologia do Paraná na nota fiscal. Não existia o vidro traseiro com desembaçador - presente nos então futuros Kadett GSi e Escort XR3 desta versão, que eram feitos em linha, pois a capota era toda de lona como em conversíveis fora-de-série, tão comuns à época. As vendas caíram para 69.941 unidades, mas o sucesso continuou. No ano seguinte, as versões a combustível vegetal ganhavam ignição eletrônica de série, enquanto nas movidas a derivado de petróleo era opcional. Em março, o Chevette perdeu um concorrente importante, o Brasília que fora lançado simultaneamente, e cuja saída de linha provocou revolta dentro da Volkswagen, uma vez que poderia permanecer como carro de entrada no lugar do vetusto Fusca, e um funcionário da marca alemã declarou "Mataram o carro errado!". Foi oferecida a série especial Ouro Preto, que podia vir nas cores Preto Formal (sólida) e Dourado Caramelo (metálica). Nas demais versões, o logotipo da traseira e do capô passava a ser o “CHEVROLET” e os logotipos “CHEVETTE” e “CHEVETTE SL” passaram a ser na lateral - o primeiro ao redor do pára-lama dianteiro, o segundo na porta, em uma plaqueta dentro do borrachão. As vendas melhoraram, pois foram comercializados 75.163 exemplares. Em 1983, o pequeno GM completou uma década de vida e recebeu alterações: painel reformulado, com difusores de ar verticais em vez de redondos, tampa do porta-luvas com nova fechadura e instrumentos com nova grafia, volante com dois raios no lugar do de quatro, maçanetas internas e forrações das portas renovadas, tampa traseira redesenhada e tanque de combustível ampliado no sedã (58 litros), nova terceira porta no hatch, conjunto ótico dianteiro inspirado no Monza, com novo spoiler dianteiro, nova grade com várias lâminas separada do capô (este passou a ser mais inclinado), lanternas direcionais traseiras em tom âmbar (que passariam a ser obrigatórias dois anos depois), quebra-ventos (exceto no quatro portas), barra estabilizadora e as ofertas de câmbio de cinco marchas (com quarta direta, 1:1 e quinta multiplicada, 0,84) e motor 1.6 a álcool, alimentado por carburador de corpo duplo - o simples permanecia com gasolina. Neste ano, o Chevette foi campeão brasileiro de vendas com 85.894 exemplares comercializados, desbancando o Fusca. Em fevereiro foi produzido o exemplar 750.000. Para 1984, vinham os cintos de segurança laterais de três pontos na frente, permanecendo os cintos pélvicos para os passageiros de trás. Na mecânica, o carburador passou a ser de corpo simples para ambos os combustíveis e o motor 1.4 desaparecia. A versão L veio para se somar a básica e a SL. Em agosto, chegava o Uno, cujos trunfos eram bom aproveitamento de espaço, projeto moderno e aerodinâmica bem superior - o Cx era de 0,34 e o do pequeno Chevrolet, que já mostrava o peso da idade, era 0,45. As vendas voltaram a cair, pois foram vendidas 57.876 unidades - uma comercialização significativamente menor do que a do Monza, que disputava o segmento médio e foi campeão com 70.577 unidades, enquanto o Chevette ficou no 4° lugar. No ano seguinte, chegava a opção de transmissão automática de 3 velocidades - que não teve êxito, pois era execrada pelos consumidores, que a consideravam frágil e de manutenção cara. O câmbio manual de 5 marchas se tornava padrão, desaparecendo o de 4. O Gol agora vinha com motor refrigerado a água (exceto o BX). O carro de entrada da GM chegou a 100.000 exemplares exportados e teve 61.526 unidades vendidas no mercado interno, mantendo a quarta posição, enquanto seu irmão mais novo ganhou o bicampeonato com 75.240 carros comercializados. Na linha 1986, chegava a oferta de ar-condicionado, mas o sistema era só frio, e não frio/quente, como em outros carros, e não era de painel, como no Monza e no já veterano Opala. Neste mesmo ano, a versão Conversível deixou de ser oferecida pela Dipave. O Chevette perdeu dois concorrentes, o Fusca e o Fiat 147 - que saíram de linha, respectivamente, em outubro e dezembro, se tornou o carro mais barato do país e fechou o ano novamente em 4° lugar com 67.182 exemplares vendidos, enquanto o médio da GM chegou ao tricampeonato com 81.960 unidades. Para o ano seguinte, mudaram apenas os acabamentos interno e externo, e chegava a versão de topo SE, transformando a SL na de entrada. Os acabamentos L e básico viraram passado. Por fora, a dupla grade/spoiler dianteiros, as lanternas traseiras e a carcaça dos retrovisores externos eram renovadas, e as maçanetas externas agora eram pretas em vez de cromadas (mudanças inspiradas no GM tricampeão de vendas), e por dentro travas junto as maçanetas e bancos dianteiros com encosto de cabeça separado e novo revestimento. A nova versão tinha painel diferenciado, com relógio de horas digital, hodômetro parcial (ausente no SL) e luzes para controle de consumo, e externamente, faixa preta entre as lanternas traseiras e borrachão lateral mais largo. O hatch saiu de cena em meados do ano, pois não resistiu as vendas baixas, e os modelos com este formato estavam fora de moda no mundo todo naquele tempo. O Chevette chegou a 1 milhão de unidades produzidas em março e fechou 1987 com 45.727 carros negociados, repetindo o 4° lugar dos anos anteriores - o Gol foi pela primeira vez o carro mais vendido no Brasil, enquanto o Monza foi vice-campeão depois de levantar a taça por três anos. Em 1988, chegavam novas combinações de acabamento/pintura externa e as ofertas de alarme (que aciona sirene, pisca-alerta e desativa o motor), rodas de alumínio (que voltaram a linha) e sistema de áudio (com ou sem toca-fitas). O destaque desta linha foi na mecânica: o motor 1.6 S, com bielas e pistões mais leves, anéis destes redesenhados, bronzinas redimensionadas, distribuidor com nova curva de avanço, novo sistema de lubrificação, coletor de admissão com curvas suavizadas, e carburador de corpo duplo, que retornava em definitivo, com uma interessante evolução: o segundo estágio só era acionado se necessário. O de corpo simples usado até o ano anterior deixou de existir, e só voltaria em 1992 para equipar a unidade de 1000 cilindradas. Era mais potente (81 cv com combustível vegetal, 73 com o fóssil) e oferecia desempenho superior ao das versões com propulsor 1.6 antigo, além de menor consumo. O acabamento de topo era renomeado SL/E, padronização com o Monza, e a versão 4 portas deu adeus, pois vendia em média 30 unidades por mês, segundo a General Motors, e só teve sucesso na exportação. Foram vendidas 56.301 unidades, uma razoável recuperação. Ainda assim, o pequeno da GM manteve a quarta posição no ranking, perdendo somente para o Gol (que conquistou o bicampeonato), o Monza (que repetiu o vice-campeonato) e o Escort. No ano de 1989, nenhuma mudança significativa. Em meados deste ano, as rodas do SL foram padronizadas com a picape Chevy 500 da mesma versão. A partir daí, começou a decadência do Chevette nas vendas - e pra valer, uma vez que foram vendidos 40.701 exemplares, caindo para o 5° lugar, sendo superado pelo Uno e ameaçado até mesmo pelo Santana, que é um carro de porte e segmento superiores. Em 1990, a versão superior ganhava novas rodas de alumínio. Este foi também o último ano da oferta da transmissão automática. As vendas ficaram em 26.786 unidades. Para 1991, o carro pequeno da GM foi apresentado somente no acabamento DL, uma unificação dos SL e SL/E oferecidos até o ano anterior. O pára-brisa dianteiro passou a ser de vidro laminado, para atender a legislação e por não se estilhaçar ao quebrar. Já o cinto de segurança recebeu nova placa de metal para fixá-lo ao fecho, a mesma introduzida pelo Kadett dois anos antes e estendida as linhas Monza e Opala/Caravan no ano anterior. A agonia continuou com uma comercialização menor: 20.554 exemplares. No ano seguinte, as novidades eram encostos de cabeça vazados (mudança estendida para toda a linha GM) e catalisador, para se enquadrar nas normas de emissões poluentes, mas com ligeira perda de potência e torque - com o combustível de cana, caiu para 78 cv e 12,5 mkgf, e com o de petróleo, a queda foi para 71 cv e 12,1 mkgf. Este equipamento se fez necessário, já que não havia oferta da injeção eletrônica, como no Monza e nos Kadett/Ipanema. Surgiu em março o Chevette Junior, com acabamento despojado e motorização 1.0 de 50 cv, para enfrentar o Uno Mille, que durou apenas 1 ano. Esta versão era pesada para o motor de 1 litro e os vidros eram mais finos como tentativa de deixá-lo mais leve. A junção dos pára-choques, o hodômetro parcial, a fechadura do porta-luvas, as janelas laterais basculantes e o vidro traseiro térmico eram inexistentes, mas o tecido do estofamento era o mesmo da versão SL dos médios da marca da gravata. Os pneus eram 155/80-13 e o carburador era de corpo simples - o DL usava 175/70-13 e unidade carburante de corpo duplo. O painel apresentava velocímetro e marcadores de combustível e temperatura, sendo o último indisponível no Fiat, a exemplo dos difusores de ar laterais. Mas o câmbio de cinco marchas, o retrovisor externo direito, o acendedor de cigarros e os bancos reclináveis com encosto de cabeça eram opcionais, assim como no modelo da montadora ítalo-mineira, que trazia ainda o trio desembaçador/limpador/lavador no vidro traseiro. Houve uma recuperação nas vendas, com 29.629 carros, mas mesmo assim o fim de linha estava próximo. Para 1993, o derradeiro ano, o pequeno da GM chegou a sua segunda década de vida e foi apresentado nas mesmas versões do ano anterior, que não duraram muito. O DL agora vinha com as alças de apoio e a forração do teto na cor branca em vez do preto das linhas 1991 e 1992, e perdia as luzes vermelhas no canto inferior esquerdo das portas e os filetes cromados nas borrachas do pára-brisa e do vidro traseiro. Para enfrentar o Junior, a VW lançou o Gol 1000, e o modelo da montadora de Turim recebeu opção de cinco portas, ignição mapeada e carburador de corpo duplo, com o que ganhava melhor desempenho, mais potência (56 cv) e eliminava o catalisador. Mas a nova carroceria era vinculada aos refinamentos técnicos. Em meados do ano, voltava a versão L, agora a única disponível. Vinha com motor 1.6, tinha acabamento básico e podia ser comprada tanto a combustível de cana como de petróleo, graças a aprovação do governo, enquanto o concorrente da marca italiana e o rival da marca alemã ficaram mesmo com a unidade motriz de 1000 cilindradas, pois à época foram definidos os critérios do "carro popular" - se é que assim podem ser chamados, em que o então presidente Itamar Franco pediu o relançamento do Fusca devido ao lobby da montadora de Wolfsburg, apesar do motor 1.6 - que o Escort Hobby também oferecia. O Ford receberia a motorização menor em 1994. No final do ano, com mais de 1,5 milhão de unidades vendidas e duas décadas de mercado, o Chevette encerrava sua brilhante carreira. A última unidade deixou a linha de montagem da General Motors em São José dos Campos(SP) no dia 12 de novembro.

Um comentário:

  1. Show a matéria! O Chevette Auto Escola era o unico que vinha com retrovisor do lado direito. Sempre sonhei em encontrar um desses. Aí depois começaram a reproduzir.

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