Esta perua agradou em cheio por ser econômica, confortável, robusta e de ótimo acabamento. Na foto, a versão top de linha Ghia, já com o motor AP-1800.
A Belina 4x4, primeiro e único carro de passeio brasileiro a usar tração nas quatro rodas, que saiu rapidamente de linha devido ao sistema de tração integral problemático.
Uma Belina básica de 1978: tinha motor 1.4 e vidro lateral traseiro inteiriço no lugar do dividido em dois e basculante das versões superiores.
A campanha de lançamento da linha 1984 anunciava a introdução do motor CHT e exaltava a economia de combustível, uma qualidade que consagrou a Belina.
Uma Belina de 1970, ano de seu lançamento: as mesmas qualidades do Corcel de que deriva, como conforto e economia.
A série especial Cinco Estrelas, lançada em 1983 e reprisada no ano seguinte, tinha vários itens exclusivos.
A série especial Astro, de 1985: tinha rodas e supercalotas do Del Rey GLX, maçanetas externas pretas em vez de cromadas, padronagem exclusiva no acabamento interno e apenas duas opções de pintura: Dourado Quartzo e Prata Strato, ambas metálicas.
O Corcel II Van, oferecido em 1981, era uma espécie de Belina Furgão. Note a ausência do banco posterior e dos vidros nas laterais e na porta traseira.
Uma Ghia de 1987, o ano que a Belina foi integrada a linha Del Rey e sobreviveu a descontinuação de seu originário Corcel. De quebra, a perua conservou as conhecidas qualidades, ganhou os itens de conforto do luxuoso médio da Ford e claro, o painel completo e o console de teto com relógio digital, que não se vê mais nos carros de hoje.
Uma Belina LDO de 1980, quando a perua da Ford comemorava uma década de vida. Oferecia um ótimo acabamento e o mesmo conforto de sempre. Desde então, passava a ser oferecida somente com motor 1.6, que lhe dava melhor desempenho, pois seu maior peso exigia mais dos limitados motores 1.3 e 1.4 oferecidos anteriormente.
Duas fases da Belina L: na foto de cima, uma de 1986, ainda derivada do Corcel; na de baixo, uma de 1989, derivada do Del Rey. As diferenças entre as duas são poucas, como o desenho das rodas, as lanternas traseiras, os frisos laterais, a grade dianteira, o retrovisor interno e os cintos de segurança.
Duas fases da Belina GLX: na foto de cima, um exemplar com o motor 1.6, e na de baixo, um de motor 1.8. As diferenças entre elas resumem-se ao desenho da carcaça dos retrovisores externos e das supercalotas e a presença da terceira luz de freio na mais recente.
A ambulância foi outra variação da perua média da Ford (na foto uma L da linha Del Rey).
A Belina Série Especial, oferecida para a linha 1989, teve apenas 1.800 unidades fabricadas. Era intermediária entre os acabamentos L e GLX, tinha o painel da de entrada, rodas e calotas da intermediária, bagageiro preto, console de teto com relógio digital, cobertura do porta-malas, luzes de leitura, desembaçador, direção hidráulica e travamento central das portas.
Uma L de 1987: já estava na linha Del Rey, mas as rodas ainda eram as do Corcel. Estas foram substituídas em meados do ano.
A campanha de lançamento da linha 1990, quando a Belina chegou a sua segunda década de vida: recebeu o motor AP-1800 em todas as versões, caixa de câmbio da VW e novos itens. O desempenho melhorou, mas ainda era inferior ao das concorrentes diretas.
Uma Ghia de 1991, seu último ano: apesar de ser sucesso de vendas e recheada de qualidades, a Belina deu adeus ao mercado, deixando saudades.
A Belina foi lançada em
1970. Era a versão perua do Corcel, e vinha com os mesmos acabamentos e
motorizações deste. Agradava por ser econômica e confortável. Seu desempenho era
fraco, mas seus usuários não davam a menor importância. Em seu primeiro ano, teve
7.400 exemplares vendidos. Sua concorrente direta era a Variant, lançada no ano anterior. Em 1971, nenhuma mudança relevante. Na linha 1972, foi
oferecida uma versão luxo especial da perua, com painéis laterais adesivos imitando madeira --
tipo jacarandá, como dizia a Ford -- e pneus faixa-branca, bem ao estilo
americano. Para 1973, chegavam nova
grade, com logotipo Ford no emblema redondo ao centro, outro desenho do capô,
pára-lamas e lanternas traseiras, e o motor passava a ser o 1.4 do Corcel GT, que
lhe dava melhor desempenho e os números de vendas dobraram. Na linha 1974, nenhuma mudança significativa. Em 1975, frente e traseira eram redesenhadas, a grade
perdia o emblema e o interior era remodelado. Para se juntar às versões básica e
luxo, era lançada a LDO, sigla em inglês para Decoração Luxuosa Opcional, como
existia nos carros da Ford nos Estados Unidos. Por dentro era mais requintada,
com forrações e bancos nas cores marrom e bege. Nas linhas 1976 e 1977 não teve
mudanças relevantes, apenas alguns retoques para diferenciar o ano. Na linha 1978
chegava a Belina II, em acabamentos L e LDO. O novo design era mais reto e anguloso, e foi desenvolvido em túnel de vento - um prenúncio do que ocorreria no início da década de 1990 com a segunda geração dos Santana/Quantum. A perua tinha maior espaço interno que o de sua geração anterior e também ganhou em estilo e modernidade. O vidro lateral traseiro era enorme, beneficiando a visibilidade. Dependendo do acabamento este vidro poderia ser subdividido, havendo um menor e basculante -- assim o desenho lateral era mais harmonioso. As portas eram enormes e pesadas, um dos poucos
defeitos reclamados pelos donos -- e que perduraria até o fim de sua produção. Assim
o cinzeiro para os passageiros do banco traseiro situava-se nelas! Por dentro,
os bancos, painel e volante também foram redesenhados. A alavanca do freio de
estacionamento passava a ser entre os bancos, melhoria sentida pelos fiéis da
marca, e na geração anterior era uma maçaneta de puxar localizada abaixo do
painel. A Volkswagen respondia apresentando a Variant II, com desenho inspirado no Brasília, do segmento de entrada, e introduzindo a suspensão McPherson no lugar da de braços arrastados duplos presente em sua antepassada e nos demais modelos a ar. Em 1979 vinham o
esperado motor de 1.6 litro, de melhor desempenho, e o câmbio de cinco marchas,
que só o Alfa Romeo possuía. A quinta era um acréscimo às outras quatro e sua
relação ficava próxima da quarta, pelo que a queda no regime de giros era menor
do que se vê hoje na maioria dos automóveis. Pela primeira vez era usada a
denominação "1.6", com o ponto em vez da vírgula, o que é incorreto
no sistema métrico. A opção 1.4 continuava a ser produzida para quem desejava
mais economia, mas ao custo de um desempenho muito modesto. A
partir da linha 1980, quando a bem-sucedida perua completou uma década de mercado, passou a ser oferecida apenas com o motor 1.6, que oferecia mais potência, desempenho
melhor e era mais adequado a seu peso. Chegou a oferta da motorização a álcool, que foi muito bem recebida pelos consumidores e tinha grandes evoluções em relação aos primeiros nacionais a combustível vegetal: não apresentava
sérios problemas de corrosão e tinha injeção automática de gasolina para a partida a frio. Se destacava por aquecer rapidamente, vibrar pouco, se manter regulada por muito tempo e por ser tão boa como a consagrada versão a
derivado de petróleo. A suspensão foi alterada para aprimorar a estabilidade e dar mais firmeza e
segurança. Um detalhe interessante da Belina II era a grade
aerodinâmica, com lâminas inclinadas de modo a aumentar o fluxo de ar em baixas
velocidades e reduzi-lo em altas. O ano de 1980 foi o melhor ano de vendas da história da Belina, com 38.693 exemplares comercializados. A Variant ll, mal-sucedida, saiu de linha rapidamente, o que se deve aos problemas de qualidade. Chegaram neste ano duas novas concorrentes: em abril, a Fiat Panorama, e em outubro, a GM Marajó. Ambas são de porte menor, pois derivam de carros de entrada - 147 e Chevette, na ordem. Na linha 1981 foi oferecida a Corcel II Van, uma espécie de Belina Furgão, que se diferenciava por não ter banco traseiro nem vidro nas laterais e na porta traseira. Haviam ripas de madeira no compartimento de carga, como nas picapes daquele tempo. No ano seguinte, a Volkswagen colocou no mercado a Parati, também compacta por ser derivada do Gol lançado dois anos antes. Para 1983, foi apresentada a série especial Cinco Estrelas, que o Corcel também oferecia. Tinha volante de quatro raios, apoio de braço de luxo nas portas, conta-giros, pára-brisa laminado com faixa degradê, console de teto com relógio digital e quatro cores externas: Dourado Sierra, Azul Jamaica, Verde Astor e Cinza Nobre, todas metálicas. O logotipo externo "Belina" foi renovado, pois até o ano anterior era o mesmo da primeira geração. Em 1984, a Belina Furgão saiu de cena e chegava o motor CHT. A sigla significa "câmara
de alta turbulência", condição para uma queima eficiente do combustível. Era
o mesmo motor dos anos anteriores, mas retrabalhado nas câmaras de combustão para melhor
desempenho e menor consumo. Vinham também freios dianteiros a disco
ventilado, que impedem superaquecimento por uso contínuo (fading). A versão LDO foi renomeada GL. Foi reprisada a série especial Cinco Estrelas, também disponível para o carro. Tinha agora bagageiro no teto, cobertura do porta-malas, bancos com desenho diferenciado, forração interna e maçanetas externas na cor preta e cinco opções de pintura: Cinza Nautilus, Prata Strato, Dourado Champagne, Verde Jade e Azul Marselha. Mas não havia a faixa degradê no pára-brisa, uma pena. Em 1985, a Belina recebia lanternas direcionais traseiras na
cor âmbar para atender a legislação, frente
inclinada e mais arredondada, nova grade, novos faróis, painel, instrumentos e
volante do Del Rey básico do ano anterior e a oferta da versão 4x4. Esta primazia
de lançar uma perua derivada de um automóvel com quatro rodas motrizes não foi
igualada por nenhum fabricante brasileiro. A idéia era conciliar o conhecido
conforto com a liberdade que um 4x4 pode oferecer. Mas haviam desvantagens, como a
menor capacidade de carga e o câmbio de 4 marchas, em vez do de 5 da Belina comum, uma vez que a tomada de força para a tração suplementar era feita no lugar da quinta marcha. O sistema era engatado por meio de uma alavanca junto
a de câmbio e era limitado, pois o uso 4x4 era somente sobre pisos
íngremes, lamacentos e arenosos e não tinha redução. Os diferenciais dianteiro e
traseiro não tinham a mesma relação, e por isso em operação 4x4 só se podia
dirigir a até 60 km/h. Vinha também neste ano a série especial Astro, com
bagageiro no teto, supercalotas do Del Rey GLX, cobertura do
porta-malas, interior com padronagem exclusiva e duas opções de
pintura: Prata Strato e Dourado Quartzo, ambas metálicas. Em agosto, a marca do carro do povo apresentou a Quantum, derivada do Santana, que é média e trazia de volta ao mercado as peruas de cinco portas (a última foi a Simca Jangada, produzida na década de 1960). Para 1986 a perua
recebeu o
motor CHT E-Max, sigla para economia máxima, a opção de direção
hidráulica - conforto há tempos solicitado pelos compradores, pois a direção
mecânica era bastante pesada e novas cores externas. Mas sentia o peso da idade, pois em abril, a Fiat apresentou a Elba, derivada do Uno, e em dezembro, descontinuou a Panorama, modernizando o segmento. Em 1987, a Belina sobrevive
a descontinuação do Corcel e é integrada a linha Del Rey, vindo agora em quatro
acabamentos: L (de entrada), GLX (intermediário), Ghia (de topo) e 4x4. O GL desaparecia e era agora privilégio do sedã. Em meados deste
ano, a Belina L teve as rodas padronizadas com o Del Rey da mesma versão, e a 4x4 saiu de
linha, uma vez que teve sérios problemas de confiabilidade e durabilidade que
também vitimaram a Pampa. Para 1988, não vieram mudanças
relevantes, apenas novas cores, novos padrões de acabamento e retrovisor interno mais
estreito. A oferta de rodas de alumínio desapareceu. Na linha 1989, os retrovisores laterais ganharam novo suporte mais
longo e arredondado e os cintos de segurança ganharam nova alça de suporte e novas placas de
fixação. Foi oferecida uma série especial que oferecia itens indisponíveis na
versão de entrada, como vidro traseiro térmico com desembaçador, direção
hidráulica, cobertura do porta-malas, bagageiro no teto, supercalotas da versão GLX e borracha
protetora nos pára-choques. Outro destaque positivo da perua média da Ford naquela época era o preço, que só perdia para o da Marajó, e era bem mais acessível que o da Quantum, que custava 40% a mais. Na linha 1990, marcando a segunda década de vida da Belina, o conjunto mecânico é substituído: o
motor AP-1800 da marca alemã passa a equipar todas as versões no
lugar do CHT 1.6, que apesar de consagrado por ser robusto, econômico e fácil de
manter, era obsoleto e não tinha força para o tamanho e o peso da
perua. O câmbio Ford, embora barulhento, era robusto e durável, e cedeu seu lugar
ao da Volkswagen, o mesmo que equipou Santana/Quantum, Gol GT/GTS/GTi, Passat GTS e a versão GLS de Voyage e Parati. A concorrência se atualizava, pois a General Motors descontinuou a station da linha Chevette para ceder espaço a Ipanema, derivada do Kadett que fora lançado no ano anterior. A suspensão foi aprimorada para melhorar a
estabilidade e deixar o carro mais seguro com nova calibragem de molas e
amortecedores, sem comprometer a maciez e o conforto, itens que foram sempre a
essência da Belina. No acabamento, as mudanças foram rodas de alumínio na versão de topo; a de entrada vinha agora com as supercalotas do Del Rey GL de 1985 a 1989; e a intermediária tinha outras de desenho inédito. A grafia dos instrumentos foi reformulada, a marcação do velocímetro passou a ser até 220 km/h e a terceira luz de freio (brake-light) foi introduzida em toda a linha. Mesmo com o novo trem de força, a perua da Ford continuou apresentando desempenho inferior ao das concorrentes, ainda que
melhorado, mas o consumo em contrapartida continuou bom. Uma evolução expressiva foi a redução do nível de ruído, graças a presença de um terceiro silencioso no escapamento e de um revestimento de feltro sob o capô, recursos ausentes com a motorização antiga.
Em 1991, seu derradeiro ano, a Belina mudou apenas no logotipo 1.8 da porta traseira e no leque de cores externas. Apesar de
ser um sucesso de vendas e consagrada como uma perua robusta, confortável, bem
equipada e com um ótimo acabamento, estava defasada e saiu de linha em julho do mesmo ano deixando
saudades para dar lugar a Royale – uma Quantum de segunda geração adaptada ao
estilo Ford e transformada em três portas, que não fez sucesso.
Alguém sabe me informar marca e modelo do brake-light da Belina Ghia AP 1.8 89/90?
ResponderExcluirBoa tarde Rafael!O brake-light dos Del Rey e Belina com motor AP é fabricado pela Arteb.
ResponderExcluirRui Ricardo, sim descobri que é arteb, mas questionando a própria arteb nem eles sabem a referência do produto para eu procurar. Não consigo achar em lugar nenhum. Estou desconfiado que seja o mesmo do escort XR3, mas não tenho certeza!
ExcluirTenho uma Belina 1990, precisa apenas de um dono que possa conservá-la
ResponderExcluirTenho uma Ghia 89 prata. Toda conservada, apesar dos seus 283 mil km. Toda original, só estou trocando por itens novos originais quando acho, pois frisos acabam tendo riscos e amassados com essa idade. E o tal do brake light q não acho em lugar nenhum... a sua tem Adailton?
ExcluirRafa, a Belina do Adailton tem brake-light, pois é 1990. A sua é 1989 e portanto não o tem. Outra diferença é o motor. A Belina 90 tem o 1.8 e a 89 tem o 1.6.
ExcluirBelina ambulância eu cheguei a ver uma ainda em atividade em 2002 na cidade catarinense de Rancho Queimado. Quanto à versão 4x4, o sistema de tração não era integral, tanto que se recomendava não acionar em pavimentos firmes.
ResponderExcluirO sistema de tração 4x4 da Belina foi uma fonte de dor de cabeça para os usuários, além de ser bem limitado.
ExcluirEntre o ano passado e esse, eu cheguei a ver pelo menos 4 exemplares da Pampa 4X4. Duas estavam em perfeito estado, mas as outras estavam com só 1 tanque de combustível original e uma dessas tinha até sido convertida para gás natural com 2 cilindros no lugar do tanque traseiro. Me chama a atenção que esse sistema de tração, apesar dos problemas, foi relativamente bem aceito na Pampa mesmo tendo sido mais controverso na Belina.
ExcluirEu tenho uma Belina del rey L 1989, álcool CHT 1.6 azul Mistral, não vendo por dinheiro nenhum
ResponderExcluirVocê tem bom gosto. A Belina é um carro excelente.
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