A F-1000 em seu ano de lançamento, 1979: tinha os faróis redondos, duas opções de combustível (gasolina e diesel), foi muito procurada e por isso vendida com ágio, enquanto a F-100, que tinha o mesmo desenho, seguiu sendo normalmente produzida como opção mais barata.
A frente de quatro faróis retangulares oferecida desde 1986 fazia parte deste exemplar de 1989, assim como a cor Amarelo Citrino, oferecida também nos Escort XR3 e Conversível. Nesta mesma linha o câmbio de 5 marchas passou a ser oferecido nas versões a diesel.
A F-1000 Turbo de 1991: primeira picape movida a diesel a usar motor turboalimentado de fábrica e tanque de combustível em plástico polietileno. Era ideal para os usuários que rodam muito, e ainda oferecia um bom desempenho para seu porte na época, com velocidade final de 143 km/h e aceleração de 0 a 100 em 18 s, números equivalentes aos de um Del Rey Ghia com motor 1.6. Este foi também o derradeiro ano da primeira geração da picape pesada da Ford.
Um modelo de 1992, quando a picape passou de geração. O slogan da época, "Uma nova geração de pick-ups" era transparente e retratava bem o que a Ford estava oferecendo.
A apresentação da linha 1995: já com o visual reformulado, tinha as versões 4x4 (acima) e Supercab (abaixo), ambas disponíveis desde o ano anterior.
A série especial Lightning, oferecida em 1998, o derradeiro ano da F-1000.
Lançada em 1979, a F-1000 usava a carroceria básica da F-100, mas tinha a capacidade de carga ampliada para 1.005 kg (para superar 1 tonelada e se enquadrar na legislação que permitia o uso do diesel) e trazia inovações como freios a disco na dianteira, servofreio e direção hidráulica (opcional). O motor a diesel permitia apreciável economia de combustível, pois gastava 40% menos que sua equivalente movida a gasolina. Este motor era de aspiração normal, fornecido pela MWM e tinha 3.9 litros de cilindrada, com o que se obtinha 83 cv de potência e 25,3 mkgf de torque, e levava a picape aos 125 km/h de velocidade máxima. A picape tinha ainda freios dianteiros a disco ventilado e podia ser comprada em versões básica e de luxo. Esta oferecia pintura em duas cores e retrovisor externo direito. Ao mesmo tempo, a General Motors lançou sua concorrente direta D-10. Nas linhas 1980 e 1981 não houveram alterações expressivas. Em 1982, o motor de quatro cilindros da F-1000 foi adaptado ao combustível vegetal. Nas linhas 1983 e 1984 também não vieram mudanças relevantes. Para 1985, a Ford passou a oferecer a versão SSS (Super Série Special), dotada de faixas decorativas e alguns itens de conforto interessantes e surgia a F-1000-A, versão a álcool em que o veterano motor 2.3 (mantido na F-100) dava lugar a um mais potente de seis cilindros e 3.6 litros. O novo motor vinha da Argentina, e desenvolvia potência de 115 cv e torque de 25,9 mkgf. A F-1000-A ficou mais robusta, a capacidade de carga aumentou de 750 para 1.000 kg, e vieram evoluções em conforto e segurança: banco dividido em 1/3 e 2/3, teto solar, sistema de ventilação mais eficiente, pneus radiais em medida 215/80-16 e calotas. A GM respondia com a reformulação de sua linha de picapes pesados. Na linha 1986, a F-1000 ganhava uma reforma estética, com frente de quatro faróis retangulares e grade mais imponente, de mesmo formato. Para o ano seguinte, não teve mudanças de maior relevância. Em 1988, a F-1000 recebeu eixo traseiro redimensionado e finalmente as lanternas traseiras da Pampa, com luzes de ré integradas e as de direção na cor âmbar, estas obrigatórias desde 1985. A capacidade de carga aumentou para 1.036 kg nas versões a diesel e 1.085 kg nas movidas a álcool. Em 1989, a F-1000 completou 10 anos de vida. Com a crise de abastecimento do combustível vegetal, o motor 3.6 passou a vir também a gasolina, com 108 cv. Havia novidades em conveniência, como controle elétrico dos vidros e travas das portas, destravamento interno do capô e vidro traseiro deslizante. Por sua vez, o câmbio de cinco marchas para o motor a diesel foi a novidade técnica. Em 1990, não mudou. Para 1991, a novidade era o motor 3.9 a diesel com turbo, que tinha 119 cv de potência e 37 mkgf de torque, com o que se obtinha velocidade máxima de 143 km/h e aceleração de 0 a 100 em 18 s, números equivalentes aos de um Del Rey Ghia 1.6. Além disso, a F-1000 se tornou a primeira picape brasileira a ser equipada com turbo de fábrica. A decoração externa era interessante, com faixas que incluíam o nome F-1000 Turbo, rodas de alumínio esportivas e pintura preta ou vermelha. Por dentro chegaram retrovisores externos com comando elétrico e cintos de segurança de três pontos no lugar dos pélvicos, que só protegem em capotamento. Outra melhoria foi o tanque de combustível em plástico polietileno. Em 1992, chegou a nova geração da picape pesada da Ford. O slogan da campanha de lançamento, "Uma nova geração de pick-ups" mostrou a que veio. A F-1000 chegou de cara nova e expondo a idade da D-20, sua rival da General Motors. Suas linhas estavam em plena sintonia com o similar americano F-150, lançado no ano anterior: predomínio de formas retas, grande área envidraçada, lanternas dianteiras e traseiras envolventes e amplos faróis. O interior ganhou em funcionalidade e conforto, com painel de plástico em vez do de metal usado até o ano anterior, teto solar de vidro, apoio de braço central e posição de dirigir mais cômoda, que faziam lembrar um carro de passeio. Na parte técnica, o motor ganhou 3 cv a mais passando a 122 cv, o tanque de combustível passou de 87 para 114 litros, o ventilador de arrefecimento ganhou acoplamento viscoso, que evita seu funcionamento mesmo quando desnecessário e os amortecedores passaram a ser pressurizados. Não houveram maiores mudanças na linha 1993. Para 1994, chegaram a tração 4x4 e a versão Supercab, que tinha 56 cm a mais e um banco traseiro pouco confortável para somente dois ocupantes. Era útil também para acomodação interna da bagagem, que não precisava mais viajar na caçamba. Esta, por sua vez, era a mesma da versão normal de cabine simples. A Supercab utilizava o chassi longo, com distância entre-eixos de 3,52 metros, ante 2,96 m do modelo curto. Com as novidades, a picape passava a oferecer três versões de carroceria, duas de tração e três opções de motores (gasolina, diesel turbo e diesel aspirado, este agora com 92 cv e torque de 25,7 mkgf). O sistema 4x4 era o primeiro da indústria nacional com comando elétrico da tração dianteira, no painel, mais cômodo que a alavanca usada por outros modelos. Incluía caixa de transferência com reduzida, de relação 2,96:1, e roda-livre automática nos cubos dianteiros. A F-1000 de tração integral mantinha a suspensão dianteira independente (a mesma Twin-I-Beam), mas tinha altura de rodagem 50 mm maior que a da versão 4x2, ampliando sua capacidade no uso fora-de-estrada. Na linha 1995, chegou o motor 4.9 a gasolina, alimentado por injeção eletrônica, que desenvolvia potência de 148 cv e torque de 34,5 mkgf e dava velocidade final de 155 km/h, equivalente a de automóveis com motor 1.6 como Verona LX e Prêmio CSL. A caixa de câmbio recebeu carcaça de alumínio e a marcha-a-ré passou a ser sincronizada, dispensando a parada total do veículo para ser engrenada. É uma solução conveniente para manobras com vai-e-vens consecutivos. O logotipo 4.9i vinha destacado na frente, abaixo de um dos faróis. As novidades da linha 1996 foram linhas mais arredondadas e suaves, grade mais ampla, faróis com as luzes de direção embaixo e detalhes cromados, para dar mais imponência, item importante num veículo utilitário. Mas o pára-choque traseiro cinza-fosco permaneceu, destoando do conjunto. Na mecânica, veio o motor Iochpe-Maxion de 2.5 litros, também turbinado e movido a diesel, como uma opção ao 3.9 da MWM. Tinha 115 cv de potência e 27 mkgf de torque, com o que se obtinha velocidade final de 145 km/h, equivalente a de carros como Chevette 1.4 e Corsa 1.0. Esta mecânica também equipou a Ranger e trazia vantagens sobre o motor de maior cilindrada: a F-1000 com a nova motorização ficou mais leve (pesava 2.020 kg ante os 2.235 das versões com motor maior), mais estável e mais agradável de ser dirigida para os adeptos de dirigir automóveis por ser um motor de alta rotação. Na linha seguinte, a F-1000 recebeu os acabamentos XL e XLT, mas sentia o peso dos anos, uma vez que a General Motors passou a trazer a Silverado da Argentina. Em 1998, seu derradeiro ano, a F-1000 ganhou a série especial Lightning, que vinha com motor de 4.9 litros a gasolina, pára-choque dianteiro, grade e retrovisores na cor da carroceria, acabamento das portas em tecido, vidros verdes e rodas de alumínio. O restante da linha ganhava equipamentos de série adicionais, como encostos de cabeça, protetor no pára-choque traseiro e forração no teto. No final do ano, esta picape pesada, apesar de consagrada no gosto do nosso público, tinha 19 anos de vida, estava defasada e saiu de cena para ceder espaço a F-250, sua sucessora, a exemplo do ocorrido no ano anterior, quando a Silverado aposentou a D-20.
É um modelo bastante valorizado até hoje, e infelizmente ainda alvo de roubos e furtos.
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