segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Vectra de 2ª geração (1996 - 2005)

Este Chevrolet agradou muito, sobretudo por suas linhas. Na foto acima, um CD de 1998.
Um Vectra GLS de 1997: apesar das qualidades como o design moderno e atraente, o grande conforto e o amplo porta-malas, o médio da GM deixava a desejar em alguns pontos, como a aeração interna deficiente, a ausência do volante de altura regulável quando tivesse as bolsas infláveis, a oferta de vidros elétricos e freios traseiros a disco como opcionais e o motor 2.0 de 110 cv herdado do Monza, que tinha pouca força em baixa rotação, bem como a unidade de quatro válvulas por cilindro do CD.
O Vectra GL foi apresentado seis meses depois do lançamento da linha, transformando o GLS em intermediário e encerrando a carreira do Monza. Esta versão era bastante despojada, como se percebe pela ausência do friso lateral e da pintura na grade e nas maçanetas, pelas rodas de aço estampado e pela padronagem do estofamento e da forração das portas, esta idêntica a do Corsa Super de 2000. 
Um GLS de 1999: já vinha com o motor 2.2 oito válvulas, que tinha 13 cv de potência a mais e bom torque em baixa rotação, mas ao custo de vibrações e funcionamento áspero. A relação r/l de 0,32 era crítica, e outra deficiência era a ausência das árvores de balanceamento presentes no acabamento de topo. A unidade de 2 litros, oferecida até o ano anterior e que voltou em 2003, tinha relação r/l de 0,30 e funcionamento suave.
 Outro GLS: vinha repleto de novos itens, tanto interna quanto externamente. Este modelo é de 2000.

Também de 2000 é o Vectra Milenium, baseado no acabamento de entrada GL e que trazia muitos itens deste que eram opcionais. Esta série foi reprisada no ano seguinte e vinha somente na cor Prata Escuna.
Duas fases do Vectra Expression: acima, a primeira, de 2002, ainda com motor 2.2 oito válvulas e com as rodas aro 15 que equipavam o CD; abaixo a segunda, de 2004, com motor 2.0 e rodas aro 16 do Astra GSi. 
Um Vectra 2.0 de 2003, quando a General Motors voltou a oferecê-lo com esta motorização como tentativa de recuperar as vendas perdidas para os novos concorrentes, em especial os nipo-brasileiros Honda Civic e Toyota Corolla.
A série Collection, de 2005, marcou a despedida do Vectra de segunda geração.

Lançada em 1996, a segunda geração do Vectra veio para dar sequência a renovação da linha General Motors, substituindo inicialmente a primeira, que foi vendida por 30 meses sem mudanças, e apesar do bom conjunto teve pouco êxito, o que se deve ao baixo índice de nacionalização de componentes, e depois encerrando a carreira do bem-sucedido Monza. Vinha em acabamentos GLS e CD, ambos com motor de 2 litros, sendo que no básico era de 8 válvulas com 110 cv, e no superior era um 16 válvulas com 141 cv, potência que meses depois seria reduzida para 136 cv pela redução da taxa de compressão, motivada pelas reclamações de alguns donos de pré-ignição (detonação). A defasagem em relação a versão vendida na Europa era pequena, apenas seis meses, pois no Velho Continente o carro circulava desde setembro de 1995, e aqui a partir de março do ano seguinte. O veterano médio permaneceu em linha apenas em acabamento GL. O Vectra de segunda geração chegou ao mercado com linhas modernas, elegantes e harmônicas, a ponto de ser confundido com um importado e envelhecendo seus concorrentes de imediato. Afinal, os adversários nacionais - Tempra, Santana e Versailles, eram retilíneos, e sentiam o peso dos anos, em especial o Volkswagen. O Ford era um clone deste e no final do ano saiu de linha. O coeficiente de penetração aerodinâmica (Cx) melhorava, passando de 0,30 da primeira geração para 0,28, enquanto no Fiat era 0,32, e no sedã da marca alemã era de 0,37. O médio da GM esbanjava sofisticação e tecnologia, trazendo itens recentes e outros inéditos em um carro brasileiro. Os retrovisores externos, em que pesem a modernidade e a beleza de serem incorporados aos vincos do capô, eram pequenos para o porte do Vectra, mas em contrapartida em ambos os lados eram convexos, esta uma primazia deste Chevrolet, bem como a bolsa inflável para o passageiro, os pedais desarmáveis em caso de acidente (para não ferir as pernas do motorista), a ancoragem inferior dos cintos de segurança dianteiros nos bancos, a suspensão traseira multibraço, o subchassi para fixar o trem de força, o controle remoto do sistema de som no volante, os faróis de duplo refletor e o controle de tração (alguns destes itens disponíveis apenas no acabamento CD). Os bancos tinham espuma de alta densidade, para aumentar o conforto e reduzir o cansaço em viagens longas. Externamente, o emblema dianteiro era cromado e vazado, no lugar do anterior com o logotipo em prata sobre fundo preto. A versão de topo vinha bem equipada, com trio elétrico, abertura interna do porta-malas, computador de bordo, faróis e luz traseira para neblina, sistema de som com antena elétrica, três encostos de cabeça no banco traseiro e regulagem de altura para banco do motorista, cintos dianteiros e laterais traseiros e volante. Podia-se pedir como opcionais teto solar elétrico, revestimento interno em couro e câmbio automático de 4 velocidades. Como nem tudo é perfeito, alguns detalhes decepcionavam. O volante não tinha regulagem de altura se tivesse air-bag, algo que não faz sentido; no GLS, vidros elétricos e freios traseiros a disco eram injustificavelmente oferecidos como opcionais e a aeração interna era deficiente. Ambas as versões pecavam pela lentidão em baixa rotação. Em agosto, a General Motors fez o primeiro recall deste modelo, para substituir os rolamentos do eixo traseiro e no mês seguinte, surgia o acabamento GL, mais despojado, para aposentar o Monza. Este Vectra tinha interior mais simples, rodas de aço estampado aro 14 com calotas parciais e pneus 185/70 (o GLS tinha os pneus na mesma medida, mas com rodas de alumínio, e o CD tinha rodas aro 15 com pneus 195/65, como no Omega, na Zafira e nos Opala Diplomata de 1991 e 1992). O conteúdo de série se resumia a direção hidráulica e travas elétricas. Encostos de cabeça traseiros e conta-giros não vinham nem como opcionais, e os frisos laterais não existiam, embora pudessem ser colocados em concessionária. Em outubro, veio o segundo recall, para substituir os braços de controle da suspensão dianteira. Durante este ano, o novo Vectra era encontrado com ágio, e tinham longas filas de espera para comprar este modelo que era o sonho de consumo de muitos. No início de 1997 detinha 38,8% do segmento médio. Neste mesmo ano, o sedã ganhou o título de Carro do Ano da revista Autoesporte, e em dezembro foi para seu terceiro recall, por defeitos na fixação do subchassi traseiro a carroceria. Para 1998, os logotipos das versões passaram para a traseira junto ao logotipo "VECTRA", e em maio toda a linha ganhava motor 2.2 no lugar do 2.0, repetindo a alteração feita em 1994 nos Omega/Suprema. A potência passava de 110 para 123 cv, e o torque de 17,7 para 19,4 mkgf no GL e no GLS. No CD os ganhos foram, na ordem, de 136 para 138 cv e 19,2 para 20,7 mkgf. Mas, infelizmente, a unidade de 8 válvulas dos acabamentos de entrada e intermediário não tinha as árvores de balanceamento presentes no de topo, e que poderiam muito bem ser oferecidas aqui - estranhamente, a GM privilegiou este recurso técnico aos modelos exportados com a mecânica menos potente. Dessa maneira, o desempenho melhorou, mas ao custo de vibrações e funcionamento áspero, causados pela relação r/l desfavorável. Outras evoluções desta linha foram volante com regulagem de altura mesmo com bolsas infláveis, ar-condicionado automático e retrovisor interno antiofuscante. Mas o controle de tração, oferecido de série no ano anterior, passou a ser opcional, uma pena. Junto da introdução da nova mecânica, vieram também novas padronagens do estofamento. A dupla silencioso/ponteira do escapamento do CD se tornou padrão do restante da linha. No ano de 1999, nenhuma mudança. A GM anunciava a potência do motor da versão de luxo com 128 cv, apesar de na realidade ter 138 cv para colocá-lo em faixa tributária menor, repetindo o que ocorrera em 1994 com o Omega a álcool, anunciado com 126 cv, mas tinha potência de 130 cv - 14 a mais que o equivalente movido a combustível de petróleo. Para 2000, chegavam mudanças de estilo: o modelo básico ganhava supercalotas e os dois superiores ganhavam novas rodas de alumínio. As novidades eram lanternas traseiras com seção das luzes direcionais e de ré redesenhada, nova tampa do porta-malas, novos pára-choques sem o friso preto-fosco dos anos anteriores, retrovisores externos mais altos, luzes de direção laterais e faróis de superfície complexa. Por dentro novos bancos, novas padronagens dos estofamentos, maçanetas cromadas, grafia dos instrumentos reformulada e porta-objetos no teto (se não tivesse teto solar). O sistema antitravamento de freios (ABS) agora contava com distribuição eletrônica de frenagem (EBD) e surgiu a série especial Milenium, com rodas de alumínio (as mesmas do modelo intermediário de 1997 a 1999), ar-condicionado, interior com padronagem exclusiva e pintura externa Prata Escuna metálico. As ofertas de conjunto motriz de 4 válvulas por cilindro e transmissão automática chegaram para o GLS, mas vinculadas as rodas aro 15 que equipavam o CD das linhas anteriores. O GL recebeu opções de apoio de cabeça e descansa-braço central no banco traseiro. Para toda a linha, a antena passou a ser integrada ao pára-brisa e a terceira luz de freio (brake-light) foi para a parte de cima do vidro traseiro. Em 2001, as evoluções foram trava de duplo estágio, novo compressor do ar-condicionado (que não resolveu a renovação de ar deficiente), interruptor no painel para travar e destravar as portas, e nova caixa de câmbio com seletor por cabos e ré sincronizada. A chave foi padronizada com o Astra. O GLS de oito válvulas recebia as opções de teto solar, computador de bordo e disqueteira para seis CDs. Neste ano, foi oferecida a segunda série especial, a Challenge, com a mesma mecânica do CD. As rodas eram aro 16 com pneus 205/55. Tinha bancos de couro em dois tons, painel e console com visual exclusivo, escapamento com dupla ponteira e lanternas traseiras fumês. No ano seguinte, o Vectra recebeu novos pára-choques, freios e suspensão, travamento das portas ao rodar, alarme para excesso de velocidade e controlador de velocidade de cruzeiro (cruise-control) de série na versão de topo, mesmo se o câmbio fosse manual. Os itens de série foram melhorados, os acabamentos GL e GLS ganharam rodas aro 15 com pneus 195/65 e o CD, aro 16 com pneus 205/55. Surgia a série especial Expression, com a motorização oito válvulas das versões de entrada e intermediária, que trazia freios traseiros a disco, volante de couro, ar-condicionado automático, retrovisor interno antiofuscante e as rodas do CD de 2000 e 2001 com pneus 195/65-15. Neste ano as vendas já estavam baixas, pois o Vectra foi penalizado pelo IPI maior para carros com motor acima de 2 litros, e não aguentou a concorrência com modelos mais recentes, como Focus Sedan, Civic e Corolla, com os importados, e dentro de casa com o Astra Sedan. A GM fez o quarto recall em fevereiro, desta vez para substituir as pinças dos freios a disco. Para 2003, o conjunto motriz 2.0 voltou para colocar o sucessor do Monza em faixa de IPI menor, e podia vir em acabamento básico ou CD. As versões GL (de entrada) e GLS (intermediária) deixaram de existir, assim como a unidade de 2.2 litros e oito válvulas. Esta motorização com quatro válvulas por cilindro permaneceu, mas era oferecida opcionalmente e vinculada a transmissão automática. Não houveram aperfeiçoamentos. Para a linha 2004 a série Expression foi reprisada, só que agora com o motor de 2 litros, rodas aro 16 do Astra GSi com pneus 205/55, controlador automático de velocidade de cruzeiro e duas bolsas infláveis. Em 2005, derradeiro ano desta geração do Vectra, acabaram os pacotes de opcionais e vinham os acabamentos Comfort, Elegance e Elite, mas sem a tecnologia flexível em combustível presente nas linhas Corsa/Meriva/Montana e Astra/Zafira, e que na mesma época foi introduzida no Celta. Em abril, chegou a série especial de despedida, a Collection, cuja cor externa era Cinza Mayon, e pouco depois o médio da GM, que foi sonho de consumo de pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais, se despedia do mercado totalizando 313.035 exemplares. A última unidade deixou as linhas de montagem da General Motors em São Caetano do Sul(SP) no dia 24 de junho.

2 comentários: