domingo, 8 de setembro de 2013

Quantum (1985 - 2001)

A campanha de lançamento da Quantum, em 1985: mostrava todos os destaques positivos da perua e os equipamentos que oferecia. Alguns eram inéditos no segmento. A perua média da Volkswagen tinha cinco portas, marcando a volta de carros desse tipo desde a Simca Jangada, contrariando a preferência nacional daquela época e trazendo uma vantagem sobre as demais peruas de seu tempo, que só vinham com três portas.
Uma GLS de 1987: destaque para os pára-choques envolventes e os faróis de neblina ao lado dos principais nas mudanças de estilo, e para a chave com luz (recurso então inédito para estacionar em locais escuros).
A linha 1988 foi apresentada ainda com o motor 1.8, mas a GLS (foto) introduzia novas rodas e teto solar. As demais novidades foram bancos Recaro no intermediário e no de topo, vidros elétricos com função um-toque e temporizador, volante redesenhado e outra central elétrica - a mesma dos Audi fabricados na Alemanha.
O anúncio de lançamento do motor de 2 litros, em 1988: a nova mecânica dava mais competitividade a Quantum e melhorava desempenho e vendas. A perua média da VW precisava do motor mais potente pelo seu peso elevado e por ter maior capacidade de carga. O desempenho melhorou, mas ao custo de vibrações e funcionamento áspero, devido ao fato de as bielas serem as mesmas do 1.8.
Duas versões da Quantum em sua primeira geração: uma GLS 2.0 (top de linha), que esbanjava luxo e requinte, na cor Azul Stratos e a série especial Sport, na cor Vermelho Daytona, que apelava aos detalhes esportivos. Ambas são de 1990.



A campanha de lançamento da segunda geração, em 1992: mostrava todos os destaques positivos, itens de conforto e os refinamentos tecnológicos que a Quantum oferecia, entre eles os freios com sistema antitravamento (ABS). Agora a perua da linha Santana não era mais a única com cinco portas, versão que desde 1990 era oferecida pela Elba, derivada do Uno.
A apresentação da linha 1993: novidades bem-vindas. Destaque para o carburador eletrônico nos modelos a gasolina, os pára-choques e retrovisores pintados, as luzes direcionais dianteiras incolores e os novos sistemas de ar-condicionado e alarme - este com sensor de ultra-som.
Uma campanha de 1993, que anunciava a Quantum como top model.
A apresentação da linha 1994: carburador eletrônico nos motores a álcool, desligamento dos faróis com retardo, terceira luz de freio (brake-light), teto solar elétrico (opcional para a GL e a GLS), interior revestido em couro e CD Player (estes dois últimos exclusivos da de topo) eram os destaques.
Uma GLS 2.0 da segunda geração, que oferecia ampla dotação de itens de segurança e de conforto e conveniência. Na foto acima, um modelo de 1994, na cor Azul Nobre.
Uma GLS 2.0 de 1995, na cor Vermelho Cardeal, quando a Quantum completou uma década de vida. Destaque técnico para o surgimento da injeção eletrônica nas versões a álcool, resultando no desaparecimento do carburador. 
A grade inspirada no Passat alemão, introduzida em março de 1995: lembrava o médio que a Volkswagen importava na mesma época, e chegava junto com lanternas traseiras fumê nas versões GL e GLS, volante redesenhado, antena integrada ao pára-brisa e pára-choques pintados na CL.
A versão Evidence, lançada em meados de 1996, tinha detalhes esportivos - rodas da Parati GLS renovada no mesmo ano, volante do Gol GTI e antena no teto. 

A série especial Family, de 1997: tinha antena no teto e rodas com desenho exclusivo, que se tornariam padrão das versões Evidence e Exclusiv no ano seguinte.
O face-lift de maio de 1998: mudou apenas em detalhes. Assim, a perua média da marca alemã permaneceu antiquada, e não escondia a idade diante das também médias Escort S.W. e Marea Weekend, das compactas nacionais (Corsa Wagon, Palio Weekend e Parati, esta em sua segunda geração) e das importadas.
Um anúncio de 2000, quando a Quantum tinha 15 anos de vida. A perua não oferecia mais os itens de conforto e segurança das linhas anteriores e sentia o peso da idade. 

A Quantum foi lançada em agosto de 1985, em acabamentos CS e CG, já com o motor AP-1800 de 94 cv e como modelo 1986. Era a versão perua do Santana, e seu nome é originado da palavra latina que significa quantidade. Marcou época por trazer de volta ao mercado brasileiro as peruas de 5 portas depois de mais de 20 anos, pois a última foi a Simca Jangada, da década de 1960. O câmbio já era o de marchas curtas igual ao oferecido no Passat GTS e no Gol GT, mas o desempenho ainda não era o ideal, pois este item era prejudicado pelo peso elevado da perua, que já contava com o apoio do Serviço Exclusivo ao Cliente Santana criado no ano anterior. Em abril, a Fiat apresentava a Elba - station baseada no Uno, para substituir a Panorama da linha 147 - esta saiu de linha em dezembro, junto com o hatch que estreou a produção da montadora italiana no Brasil uma década antes. Na linha seguinte, a nomenclatura das versões mudou: em vez de CS e CG, passava a ser CL, GL e GLS, acabando com o privilégio de só o Santana ter acabamento de luxo. Foi criada a versão C, que sequer saiu do papel, e nada mais era que uma forma de contornar o controle de preços do Plano Cruzado, aquele da inflação zero por decreto. A versão intermediária tinha as mesmas rodas aro 14 dos esportivos mencionados acima com pneus 195/60 e bagageiro preto-fosco - nas outras duas era prateado, e as rodas tinham aro 13 com pneus 185/70. A GLS tinha luzes de leitura, espelho iluminado no pára-sol do passageirochave com iluminação embutida (detalhe inédito em um carro nacional) e finalmente os faróis de neblina passavam a ser junto a grade. Em 1988, chegavam controle elétrico dos vidros com função um-toque e temporizador, este aplicado também à luz de cortesia, novas rodas de alumínio na mais luxuosa, teto solar e bancos Recaro (nas duas mais caras). Mas em maio do mesmo ano chegava o tão esperado motor 2.0, esta a grande evolução da linha Santana. O aumento de potência e torque foi bem expressivo: os 94 cv e 15,6 mkgf da versão 1.8 passaram a 112 cv e 17,5 mkgf com álcool. Com gasolina, a potência anunciada era de 99 cv para pagar IPI menor. A montadora de Wolfsburg, porém, preferiu chamar Quantum 2000, associando-a a virada do milênio então distante. Infelizmente, a perua de luxo da marca do carro do povo, apesar das qualidades, tinha falhas como os freios dianteiros a disco simples, suscetíveis a perda de eficiência por superaquecimento (fading), ainda mais num tempo em que se trafegava mais rápido em estradas e que muitos motoristas perderam potência dos freios no momento da freada, e o novo motor também apresentava a mesma falha de projeto do 1.8 oferecido nos Santana anteriores a 1986: as bielas mais curtas. A engenharia da VW, por uma lamentável redução de custos, usou as mesmas da motorização menor em vez das maiores usadas na Alemanha, trazendo mais força e desempenho ao custo de vibrações e aspereza. Para 1989 desaparecia o friso plástico da traseira, e em meados do ano a Marajó, derivada do Chevette, deixou de ser produzida para ceder espaço a Ipanema, baseada no então recém-lançado Kadett. No ano seguinte, foi oferecida a série especial Sport, que tinha a frente da GLS, bancos Recaro esportivos e rodas aro 14 com pneus 195/60, as mesmas de Gol GT e Passat GTS. As cores externas eram Vermelho Daytona e Branco Star, ambas sólidas. Em 1991, a Quantum ainda estava na primeira geração, enquanto em abril do mesmo ano chegava a segunda geração do carro que a originou. Em julho, a Belina deixou o mercado junto com o Del Rey, depois de 21 anos de vida - até 1986 fazia parte da linha Corcel. Para o ano seguinte, a perua finalmente foi renovada, e muitos a confundiam com os importados. Do modelo antigo restavam apenas a estrutura básica, a mecânica e as portas. As lanternas traseiras trapezoidais foram substituídas por outras posicionadas na vertical. O resultado estético foi muito bem-sucedido, melhorando a aerodinâmica (o Cx passava de 0,41 para 0,37, medido em túnel de vento pela matriz alemã), as calhas no teto desapareciam e as formas eram arredondadas. Lamentavelmente, os quebra-ventos (que atrapalham a visão do motorista pelos retrovisores externos) e as maçanetas antiquadas, iguais as dos Passat dos anos 1970, permaneciam, destoando da modernidade que a Quantum propunha para a época, e os botões dos vidros elétricos passavam para o console central, posição inconveniente que causa transtornos no trânsito. Por dentro, as mudanças foram um novo painel de formato arredondado, com iluminação em tom alaranjado, velocímetro sem cabo, instrumentos em três módulos, volante de quatro raios inspirado no do esportivo Corrado e encostos de cabeça vazados. As versões eram CL, GL e GLS. A de entrada vinha com mecânica 1.8 e as duas superiores vinham com a unidade de 2 litros, mas só a de topo podia receber injeção opcionalmente. Outras mudanças eram os pneus de perfil baixo em todas as versões (185/65 na CL e na GL, sendo a de entrada com rodas de aço estampado com supercalotas e a intermediária com rodas de alumínio como a de luxo, sendo que esta usava as raiadas do tipo BBS com pneus 195/60), amortecedores pressurizados, molas da suspensão mais altas e bagageiro redesenhado. A nova geração da perua média da VW já vinha com catalisador e oferecia opcionalmente freios antitravamento (ABS) no acabamento de topo. Neste ano, chegou em março sua clone - a Royale, que não passava de uma Quantum travestida de Ford e que vinha com três portas, e em abril a Caravan se despedia do mercado junto com o Opala. Na linha 1993, vinham carburador eletrônico nos motores a gasolina (fonte de dor de cabeça para muitos), opção de injeção eletrônica em todas as versões (monoponto na básica e multiponto na intermediária), carpete mais espesso, controle elétrico dos vidros com função um-toque, proteção antiesmagamento e fechamento automático ao trancar o veículo, ar-condicionado redimensionado e novo alarme antifurto com sensor de ultra-som. Em abril, a GM apresentava a Suprema, derivada do Omega, e a Ipanema cinco portas, cujo resultado estético era melhor que o da de três, que desapareceu. Para a linha do ano seguinte, chegavam novas supercalotas na CL e novas rodas de alumínio para a GL e a GLS, teto solar elétrico (nas duas superiores), carburador eletrônico para os motores a álcool, volante com regulagem de altura, terceira luz de freio (brake-light), ajuste do apoio lombar dos bancos dianteiros, indicador de portas abertas, e somente na de topo, CD Player e bancos Recaro revestidos em couro cinza. Na linha 1995, marcando os 10 anos de vida da perua, os acabamentos de entrada e intermediário passaram a vir com encostos de cabeça inteiriços e o carburador virou passado - a injeção eletrônica passou a alimentar também as versões a combustível de cana. Em março do mesmo ano, chegaram volante redesenhado, antena integrada ao pára-brisa, pára-choques pintados e grade inspirada na do Passat alemão para toda a linha. Os preços da Quantum foram reduzidos para manter a competitividade em um mercado globalizado e cheio de concorrentes mais modernos, além dos importados. Em 1996, a GLS voltou a usar os encostos de cabeça inteiriços e chegaram novas evoluções: tanque de combustível em plástico polipropileno, cintos dianteiros com regulagem de altura, correia do tipo poli-V (com acionamento integrado dos componentes do motor), ar-condicionado com gás R134a (inofensivo à camada de ozônio se liberado por qualquer motivo) e uma versão para gás natural com kit de conversão da empresa Silex. Não teve mais alterações mecânicas. Em meados deste ano, mudou a nomenclatura das versões de CL, GL e GLS para 1.8, 2000Mi (básicas), Evidence (esportiva, que tinha volante do Gol GTI) e Exclusiv (top de linha). O segmento de peruas se modernizou, com a chegada da Parati reformulada, e com a descontinuidade de Elba, Royale e Suprema - a Fiat e a Ford estavam defasadas e vendendo pouco, assim como a GM, que concorria principalmente com as importadas, e foi tirada de linha a pedido das concessionárias Chevrolet, com o pretexto de não atrapalhar as vendas do Blazer - este é um utilitário-esporte e não uma perua. A Quantum fechou o ano com 11.898 unidades vendidas. Na linha 1997, mudaram o desenho do volante e das supercalotas das versões básicas, a antena foi para o teto e a injeção do motor de 1.8 litro passou a ser multiponto. Foi oferecida a série especial Family, que tinha grandes logotipos adesivos nas laterais. A modernização do segmento prosseguiu, com a chegada das compactas Palio Weekend e Corsa Wagon e da média Escort SW no início do ano. A Ipanema sentia o peso da idade, vendia pouco e deixou de ser produzida em outubro. Para 1998, também não houveram mudanças significativas, apenas a Evidence e a Exclusiv ganharam as rodas da Family. Em maio deste ano, os pára-choques e retrovisores externos eram modificados, as supercalotas e rodas de alumínio receberam novo desenho, as lanternas deixaram de ter o tom fumê, os faróis de neblina mudaram para os cantos do pára-choque - este passou a integrar a nova grade de quatro frisos e os quebra-ventos eram eliminados. Por dentro mudavam os bancos, os revestimentos das portas, o desenho do volante, o interruptor dos faróis (passou a ser rotativo) e a iluminação do painel (agora era verde). Chegavam as ofertas de hodômetros digitais e imobilizador eletrônico do motor. Os logotipos traseiros passaram a ser cromados e mudaram de lado: o "QUANTUM" foi para a esquerda e o "2000 MI" foi para a direita. Mesmo com essas mudanças a perua permanecia antiquada. A Fiat apresentou a Marea Weekend em junho, com motores possantes, excelente desempenho, linhas modernas, tecnologia refinada e um pacote de itens de conforto dos melhores. Em meados do ano seguinte surgiam os pacotes de opcionais, restando a opção entre motor 1.8 e 2.0 e acabamento básico ou Exclusiv. Itens de conforto e conveniência e tecnologia de anos anteriores como freios ABS, bancos Recaro revestidos em couro, teto solar e câmbio automático não eram mais oferecidos. A linha 2000 não teve mudanças relevantes. Esta perua foi sobrevivendo sem investimentos. Em 2001 chegavam os pacotes de opcionais Comfortline e Sportline, e no final do mesmo ano a Quantum se despedia do mercado.

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