sábado, 13 de outubro de 2018

Doblò (2001 - 2017)

O Doblò foi o primeiro furgão de passageiros fabricado no Brasil. Seus concorrentes diretos eram o Renault Kangoo e o Citroën Berlingo. Na foto um EX 1.3 de 2002, seu primeiro ano-modelo.

O Doblò Adventure, lançado em 2003: trazia um visual com mais robustez e esportividade, como na picape Strada e na perua Palio Weekend da mesma versão. Note a reestilização ocorrida na linha 
O Doblò Cargo, versão que durou até 2016. Era destinada geralmente aos frotistas.

O Doblò foi lançado em novembro de 2001 já como modelo 2002, e podia ser comprado em acabamentos EX (básico) e ELX (de topo), sendo aquele equipado com o motor 1.3 de 80 cv e este com o 1.6 de 106 cv. Ambas as motorizações tinham quatro válvulas por cilindro, e eram as mesmas oferecidas no Palio e seus derivados - o sedã Siena, a perua Weekend e a picape Strada. Marcou por ser o primeiro furgão de passageiros feito no Brasil, e era uma interessante opção para usuários que tem família numerosa, a exemplo da minivan Zafira que a General Motors apresentara em abril anterior. Seus concorrentes diretos eram importados - o Renault Kangoo e o Citroën Berlingo. As portas laterais traseiras eram corrediças. O Doblò agradou muito pela funcionalidade, praticidade e versatilidade, mas não pelo design controverso (muitos o tachavam de feio), pelo baixo desempenho e pelo alto consumo - consequências do uso da mecânica da linha Palio num carro maior e mais pesado. Em 2003 não teve alterações maiores. Em agosto foi apresentado o Doblò Adventure, com visual mais imponente. Se diferenciava dos modelos comuns por ter pneus de uso misto, bagageiro no teto, rodas de alumínio de 15 polegadas, acabamento interno com padronagem exclusiva, estepe externo montado na porta traseira (como no EcoSport), bússola, inclinômetros e muito preto-fosco em pára-choques, pára-lamas e grade, além dos itens mais desejados. Um inconveniente desta versão era a desregulagem da porta traseira, que era provocada pelo peso do estepe. Na linha 2004, a novidade foi a oferta do motor 1.8 da Powertrain - a extinta associação Fiat/General Motors. A nova motorização, com duas válvulas por cilindro, tinha a vantagem de ter mais torque nos baixos regimes de giro - o que facilita saídas e retomadas, e falta nos motores multiválvulas - que priorizam a potência e privilegiam velocidade máxima e aceleração. Mas o melhor desempenho veio ao custo de vibrações e funcionamento áspero, uma vez que se trata da mecânica da linha Corsa/Meriva/Montana, cuja relação r/l era crítica - 0,33, que estava entre as piores dos motores já feitos no Brasil - o AP-2000 da Volkswagen, com sua relação r/l de 0,32, também deixava muito a desejar nesse particular. Foi oferecida na linha 2005 a série Estrada Real para o Adventure, com a unidade motriz de 1.8 litro, porém movida somente a gasolina. Para 2006, os motores 1.3 16V e o 1.8 a combustível fóssil desapareciam - este último agora tinha a tecnologia flexível introduzida em 2003 na indústria automobilística nacional. Na linha 2007, teve mais duas séries especiais: a Try On e a Original Adventure. A versão trilheira recebeu o motor da GM. Em 2008, veio o diferencial Locker. Para o ano seguinte, chegaram as motorizações 1.8 16V E.Torq e 1.4 Flex. Mas o oito válvulas permaneceu sendo normalmente oferecido. O ano de 2010 marcou pela reestilização frontal e pela introdução do motor 1.8 E.Torq de duas válvulas por cilindro, para substituir o Powertrain. As versões HLX e Adventure passaram a vir com o 1.8 16V E.Torq. Não teve alterações importantes em 2011. Para 2012, mudou a nomenclatura da linha de ELX e HLX para Attractive e Essence, nesta ordem. No ano seguinte, foi oferecida a série Adventure Xingu, equipada com Locker e com o motor mais potente. A linha 2014 teve como destaques a segunda reestilização e o kit Extreme para o Adventure. Em 2015 nada mudou. O ano de 2016 marcou pela eliminação das versões 1.4 e Cargo, esta voltada a frotistas. Em 2017, depois de 16 anos, o Doblò encerrou a carreira. A Fiat decidiu renovar sua produção na planta de Betim(MG), região metropolitana de Belo Horizonte, mantendo em linha apenas Argo, Grand Siena, Mobi, Fiorino, Strada e Uno. O primeiro furgão de passageiros deixou saudades, por todas as qualidades que o consagraram no gosto de nosso público.