domingo, 10 de novembro de 2013

Corsa de primeira geração (1994 - 2002)

A primeira versão do Corsa: o Wind, com três portas e motor de 1 litro a injeção monoponto, no seu lançamento em 1994. Esbanjava modernidade e enfrentava bem os compactos importados. Este GM marcou o início da renovação do segmento de entrada, uma vez que seus concorrentes nacionais - Gol 1000, Uno Mille e Escort Hobby sentiam o peso dos anos. 
O acabamento GL, introduzido ainda em 1994. Tinha supercalotas, novos materiais no acabamento, suspensão mais confortável que a do Wind, banco traseiro com dois encostos de cabeça e cintos de segurança laterais de três pontos, sistema de som com mostrador separado e ar-condicionado com corte de compressor (opcional).

O esportivo GSi: lançado para 1995, foi o último esportivo legítimo que a General Motors produziu no Brasil. Era bem equipado, repleto de tecnologia e tinha um bom desempenho. De quebra, ainda custava R$ 8.000 a menos que o Kadett da mesma versão, descontinuado na época de seu lançamento. Neste ano, o Corsa conquistou pela primeira vez o título de Carro do Ano da revista Auto Esporte.
Também de 1995 é o Corsa Wind Super. Era incrementado com os detalhes de acabamento internos e externos do GL e opção de ar-condicionado.

As duas vezes que o Corsa foi eleito o Carro do Ano pela revista AutoEsporte, em 1995 (acima) e 1996 (abaixo).


Duas versões do Corsa lançadas em 1995: na foto superior o hatch de cinco portas (um modelo 2000) e na de baixo o sedã (um modelo 2001), ambos no acabamento GLS. Note o conjunto ótico dianteiro diferente do usado até 1999.
O Corsa Piquet, série especial lançada em 1997, tinha como tema o piloto brasileiro tricampeão mundial de Fórmula 1. Vinha na cor amarela e teve 120 unidades fabricadas.
Mais uma série especial: a Champ, de 1998. Esta edição do Corsa foi sobre o campeonato mundial de futebol do mesmo ano, sediado na França.
                                              
O Corsa Milenium: lançado para a linha 2000, a princípio somente no sedã, na cor prata e com motor de quatro válvulas por cilindro. Esta série foi sobre a virada do milênio que então se aproximava e também era disponível no Astra Sedan e no Vectra. Devido ao seu sucesso, foi estendida até o ano seguinte nos dois médios e no compacto foi definitivamente incorporada a linha até 2002, uma vez que fora estendida ao hatch de cinco portas e podia ser comprada também com motor de oito válvulas e outras cores externas.

Lançado em fevereiro de 1994, o Corsa veio para representar a General Motors no segmento de entrada e preencher a lacuna deixada pelo obsoleto Chevette, fora de linha desde o final do ano anterior e que tinha 20 anos. O seu nome vem da palavra italiana que significa corrida. Esbanjava modernidade nas linhas arredondadas e expôs de imediato a idade de seus concorrentes Uno Mille (1984), Escort Hobby (1983) e Gol 1000 (1980). Tinha coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,35, ante 0,34 do carro da Fiat, 0,36 do modelo da Ford e 0,45 do concorrente da Volkswagen. Diante dos compactos importados, não fazia feio, pois tinha requisitos suficientes para enfrentá-los. O novo GM, apesar de mais curto que seu antecessor, tinha melhor aproveitamento de espaço, pois o motor de 1 litro a injeção monoponto AC Rochester era transversal e a tração era dianteira - o Chevette tinha motor longitudinal e tração traseira. O interior era agradável e bem acabado, com painel atualizado, encosto do banco traseiro com ajuste em duas posições e o sistema de ventilação com recirculação de ar. O único defeito era o desenho do volante com dois raios baixos. Tudo isso ao preço de US$ 7.350 na época. A velocidade máxima era de 145 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h era cumprida em 19 s. O câmbio era o mesmo Isuzu japonês que equipava Monza e Kadett, com marchas exageradamente longas que penalizavam o desempenho (a quinta, por exemplo, era 0,71:1). Esses números de desempenho decepcionaram muitos usuários. Em junho, o Corsa recebeu o acabamento GL. Esta versão tinha motor 1.4 a injeção monoponto e 60 cv de potência, desenvolvido em apenas um ano. Tinha supercalotas, outros materiais de revestimento interno, encostos de cabeça e cintos de três pontos para dois ocupantes do banco traseiro e conta-giros. Opcionalmente, oferecia ar-condicionado (com corte do compressor sob aceleração total, para não roubar potência em ultrapassagens), controle elétrico dos vidros e travas das portas, banco do motorista regulável em altura e rádio/toca-fitas com mostrador separado no alto do painel. A rodagem era mais confortável, pois haviam barras estabilizadoras na frente e atrás, e as molas eram mais macias que as do Wind. Para a linha 1995, chegava um novo concorrente - o Gol de segunda geração, dando sequência a renovação do segmento dos carros pequenos. O GL ganhava opções de rodas de alumínio e CD Player e chegavam os acabamentos Wind Super (que trazia itens da intermediária como encostos de cabeça e cintos de três pontos para dois ocupantes do banco traseiro e supercalotas e ar-condicionado, porém o motor era 1.0) e GSi (esportivo, com motor 1.6 de quatro válvulas por cilindro, importado da Hungria e equipado com injeção multiponto seqüencial, bomba de oxigênio e válvula de recirculação de gases de escapamento (EGR), a mesma introduzida naquele ano pelo Monza e fonte de problemas crônicos da versão). A potência e o torque eram, respectivamente, 108 cv e 14,8 mkgf e davam um desempenho muito bom, com máxima de 192 km/h e aceleração de 0 a 100 em 9,8 s. O conjunto mecânico era redimensionado para o motor mais potente, com câmbio de relações mais próximas e freios a disco na frente e atrás com sistema antitravamento (ABS). A suspensão era mais firme, com amortecedores pressurizados de maior carga, molas mais duras e barras estabilizadoras mais grossas, como é regra nos carros esportivos de seu tempo. As rodas eram aro 14 com pneus 185/60 e haviam faróis de neblina, aerofólio e spoiler traseiros, saias laterais, direção hidráulica, bancos esportivos, ar-condicionado com filtro de micropoeira sem CFC (clorofluorcarbono, agressivo a camada de ozônio) e volante de três raios revestido em couro. CD Player e teto solar podiam ser pedidos como opcionais. Neste ano, o Corsa foi eleito Carro do Ano pela revista AutoEsporte, repetindo o feito em 1996, em que foi introduzido o hatch de cinco portas, que tinha melhor aerodinâmica que o de três (Cx de 0,34). Era disponível somente em acabamento GL, na qual a traseira era diferente com lanternas mais estreitas e vidro traseiro vertical. Chegou também neste ano o Sedan, em acabamentos GL e GLS, com motor 1.6 a injeção multiponto de 92 cv. As linhas eram harmoniosas e lembram o Vectra de primeira geração. Tecnicamente, as novidades eram barras de proteção nas portas e pneus 165/70-13 e câmbio mais curto (a quinta foi encurtada de 0,71 para 0,76 e a quarta de 0,89 para 0,95) para maior agilidade, e em abril do mesmo ano, a injeção multiponto do Sedan foi estendida a toda a linha, sendo também oferecida no Hatch GL, tanto com três como com cinco portas, resultando no fim da oferta do motor 1.4, que permaneceu somente para os exemplares destinados aos mercados de fora, assim como já ocorrera em 1989, quando a Volkswagen retirou seu motor AP-1600 do mercado brasileiro e passou a usá-lo só para as unidades de exportação da linha BX (Gol e derivados). O Wind recebeu a injeção multiponto em seu motor de 1 litro, passando a 60 cv, mesma potência do motor que deixou de ser oferecido. A versão Wind Super passou a ser chamada apenas de Super e agora podia ser comprada também com cinco portas. O Sedan tinha banco traseiro rebatível e encostos de cabeça fixados na estrutura do carro, como Omega, Logus, Vectra (de 1ª geração) e Verona (de 2ª geração), pára-choques pintados na cor do carro e opções de faróis de neblina, direção hidráulica, freios ABS e rodas de alumínio aro 14 com pneus 185/60 (de série no GLS e opcionais no GL). Com a introdução da injeção multiponto no motor de 1 litro, podia-se comprar o Corsa em acabamentos Wind ou Super com direção hidráulica e ar-condicionado. O GSi não resistiu as vendas baixas e foi extinto em meados do ano. Fiat e Ford apresentaram novos adversários - Palio e Fiesta, respectivamente. O modelo da marca ítalo-mineira vinha para preencher a lacuna deixada pelas versões mais caras do veterano Uno, e o da marca do oval azul substituiu o Escort Hobby, que não escondia a idade. Para a linha 1997, o Wind ganhava encostos de cabeça inteiriços, como os que já eram usados no Kadett GL desde meados de 1995 e chegou o câmbio F15 da Opel, mais reforçado e de mesmas relações que o do GSi (com as marchas mais próximas entre si), mais uma resposta da General Motors aos usuários que criticaram o desempenho das versões 1.0. Foi lançada a série especial Piquet, derivada do Wind, em homenagem ao piloto tricampeão de Fórmula 1. Vinha na cor Amarelo Gris, com o motor de 1 litro e os detalhes de acabamento do esportivo. Foram produzidas 120 unidades desta série. O motor de quatro válvulas por cilindro voltava a linha Corsa, para equipar o Sedan GLS, só que agora nacional e com 102 cv - o mesmo da Wagon então recém-lançada, e restringindo o oito-válvulas ao acabamento GL. Mais dois adversários foram apresentados: o Ka, para enfrentar os hatches de três e cinco portas, e o Siena, concorrente dos sedãs. Para 1998, o Wind ganhou a versão de cinco portas e o Sedan passou a ser disponível também com motor de 1 litro e em acabamento Super. Foi introduzido o câmbio automático de quatro velocidades com monitoramento eletrônico, disponível opcionalmente para o de entrada. O de topo, por sua vez, ganhou volante de três raios, igual ao que equipava Monza, Kadett e Vectra de primeira geração e rodas redesenhadas. Os emblemas das versões passaram para a traseira ao lado do emblema "CORSA". Mais uma série especial foi oferecida: a Champ, derivada do Wind três portas, em homenagem ao Mundial de Futebol da França. Vinha na cor verde, tinha rodas de alumínio aro 14 com pneus 185/60 e faixas laterais. Este Corsa teve 1.820 unidades produzidas. Na linha 1999, as novidades foram a oferta de bolsas infláveis, nova geometria dianteira, suspensão recalibrada e antena incorporada ao pára-brisa, estendida somente em 2000 ao Vectra. Esta solução já era usada no Gol, no Santana e no Versailles, extinto desde 1996. Foi introduzido o motor 1.0 de quatro válvulas por cilindro e 68 cv no Sedan. Este agora também podia ser comprado em acabamento Wind, mas com o motor de oito válvulas e 60 cv. Amortecedores pressurizados e tanque de combustível em plástico eram as outras novidades técnicas. A versão GLS de oito válvulas substituía a GL. A linha 2000 trazia capô com dois vincos, novo pára-choque dianteiro com saliências nos extremos e locais previstos para faróis de neblina (disponíveis no acabamento de topo), e lanternas traseiras com "bolhas" e parte fumê. O interior era agradável apesar das tonalidades escuras, inconvenientes para um país tropical como o Brasil. Foi lançada neste ano a série Milenium, na cor Prata Escuna, com motor 1.0 16V, oferecida também para os médios Astra Sedan e Vectra. O Wind recebeu instrumentos de fundo branco e pára-choques pintados. Neste ano, 1,3 milhão de proprietários de Corsa foram chamados para que um grave defeito nos cintos de segurança dianteiros fosse consertado. Todos os modelos da linha Corsa (que incluía hatches de 3 e 5 portas, sedãs, picapes, peruas e o Tigra) fabricados entre 1994 e 1999 apresentavam o problema. A peça de encaixe do cinto ficava propensa a desgastes conforme o uso, o que poderia provocar o desprendimento do cinto no caso de um acidente. Na linha 2001, chegavam faróis com refletor de superfície complexa e lente de policarbonato, esta estendida ao Vectra em 2000 e que a S10 já dispunha desde que foi lançada em 1995. Por dentro, os encostos de cabeça passaram a ser inteiriços, e as versões mais baratas passavam a oferecê-los também no banco traseiro. O Milenium virou versão de linha, podia ser comprado tanto hatch como sedã, com motor de oito ou dezesseis válvulas e ganhou novas opções de cores. O acabamento Super ganhou a oferta do motor 1.6 de oito válvulas e 92 cv, bem como o Corsa Wind cinco portas. Para 2002, este simpático compacto da General Motors, sucesso absoluto de vendas, foi apresentado apenas nas versões menores e em abril do mesmo ano, abria caminho para a nova geração.