quinta-feira, 24 de abril de 2014

Pampa (1982 - 1997)


A Pampa marcou época por ser um utilitário robusto e eficiente e por ser a primeira picape derivada de um carro de passeio com tração 4x4. Foi a segunda picape brasileira deste tipo, precedida apenas pela City, derivada do Fiat 147

Lançada em 1982, a Pampa veio para representar a Ford no segmento de utilitários leves. O nome vem da região de planícies presente no Brasil, na Argentina e no Uruguai, e também de uma raça de cavalos. Até então, a Fiat reinava sozinha com a City da linha 147. Ambas só viriam a ter concorrentes depois. A picape derivada do Corcel ll ganhou mais uma concorrente meses depois de seu lançamento, a Saveiro - que é derivada do Gol e vinha com motor 1.6 refrigerado a ar como o hatch que a originou. A Pampa tinha suspensão traseira com molas semi-elípticas em vez das molas helicoidais de Corcel, Del Rey e Belina, e tinha distância entre-eixos maior (2,57 m contra 2,43 m dos sedãs e da perua). Outros diferenciais do utilitário em relação a seus companheiros de linha eram filtro de ar para serviço pesado e pneus 175/80-13 no lugar dos 185/70. As portas eram as dianteiras do Del Rey quatro portas. Em 1983, não houveram mudanças significativas. Neste ano a Pampa ganha uma concorrente, a Chevy 500, derivada do Chevette - cuja principal característica é a tração traseira. Na linha 1984 a Pampa recebe motor CHT, freios dianteiros a disco ventilado e a opção de tração 4x4 - mas o sistema era bastante limitado por que só se podia dirigir com operação 4x4 a no máximo 60 km/h, o que decorre do fato de que os diferenciais dianteiro e traseiro não tinham exatamente a mesma relação. Esta versão se diferenciava das de tração 4x2 por ter pneus do tipo lameiro, rodas com cubos salientes, grade e retrovisores com outro desenho e o câmbio era de 4 marchas em vez do de 5 das de tração dianteira, uma vez que a tomada de força para a tração suplementar era no mesmo local da quinta marcha. A desvantagem era a menor capacidade de carga. Para 1985, não houveram alterações relevantes. Na linha 1986, a Pampa é oferecida em acabamentos L e GL, tanto 4x2 como 4x4, e a grade dianteira é unificada em ambas as trações. Para o ano seguinte, a frente passa a ser a mesma do Del Rey e chega o acabamento Ghia, com os mesmos requintes do carro de passeio, mas ao mesmo tempo com as injustificáveis ausências de direção hidráulica e de ar-condicionado, itens muito bem-vindos numa versão de topo. Para 1988 e 1989, nenhuma alteração significativa. Em 1990 as versões 4x2 recebem o motor AP-1800 da Volkswagen, deixando o CHT 1.6 restrito as de tração 4x4. Em 1991 surge a Pampa S, com caracterização esportiva e bem completa: rodas exclusivas, bancos individuais, ganchos externos, borrachas protetoras para a caçamba, spoiler dianteiro com faróis de neblina embutidos, vidro traseiro deslizante com grade protetora, vidros verdes com pára-brisa degradê, direção hidráulica, faixas pretas nas portas, mais relógio digital no teto e painel completo com voltímetro e manômetro de óleo, iguais ao do Del Rey Ghia. Na linha 1992, os acabamentos L e GL recebem os retrovisores iguais aos do sedã e chega o catalisador para toda a linha, para atender as normas antipoluição. Em 1993, surge a oferta do carburador eletrônico para as versões 1.8. Em 1994, nada mudou, a não ser o desenho do volante. Em 1995, o carburador eletrônico cedeu seu lugar para a injeção eletrônica, e o motor AP-1600 substituiu o CHT, resultando no fim da oferta da tração 4x4, cujo sistema era muito problemático, além de faixas externas novas. A versão S ganhou as rodas aro 14 com pneus 195/60 e as supercalotas dos Del Rey Ghia de 1987 a 1989. Para 1996, nada de mudanças. Em 1997, a Pampa não recebeu evoluções e em agosto foi descontinuada, cedendo seu lugar para a Courier - derivada do Fiesta lançado no ano anterior.