quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Blazer (1995 - 2011)

O Blazer marcou época por ser o primeiro utilitário-esportivo de porte médio fabricado no Brasil e introduziu na produção nacional itens inéditos. Seu perfil não deixa dúvidas de que deriva da picape S10. Na foto acima, uma DLX de 1996, seu primeiro ano-modelo.
Um Executive de 1998. Este acabamento foi introduzido no ano anterior, era referência em sofisticação e requinte e trazia itens de conforto e conveniência de sobra.
O face-lift da linha 2001: assim como na S10, não caiu bem e era destoante das linhas, a exemplo da grade oval integrada ao capô dos Escort/Verona de 1996.
A versão Advantage, introduzida em 2005: tinha acabamento despojado, motor 2.4 e tração traseira.
Um Blazer de 2011, seu derradeiro ano, em acabamento Advantage.


Lançado no final de 1995 já como modelo 1996, o Blazer inaugurava a produção de utilitários esportivos de porte médio no Brasil. Até então, quem quisesse comprar um carro desse tipo só podia optar por modelos importados, como Toyota Hilux SW4, Ford Explorer, Nissan Pathfinder e Mitsubishi Pajero. O Blazer deriva da picape S10 lançada em março daquele ano, e vinha em acabamentos Standard e DLX, ambos com o motor 2.2 da linha Omega/Suprema, mas com injeção monoponto e 106 cv de potência, uma incoerência, uma vez que o peso elevado do utilitário exige mais do motor menos potente. A velocidade máxima era de 155 km/h, equivalente a de carros 1.6 como Verona LX, Prêmio CSL e Parati GL. Para cumprir a aceleração de 0 a 100 eram necessários longos 19 s, número equivalente ao de carros 1.0 como Corsa Wind (com injeção monoponto), Escort Hobby e Gol 1000, e também de peruas como Marajó 1.4, Variant II e Belina LDO. A origem do seu nome é um tipo de peça de vestuário. A versão de entrada era pouco equipada, pois tinha somente limpador/lavador/desembaçador do vidro traseiro, direção hidráulica e freios com sistema antitravamento (ABS) na traseira. A superior adicionava ar-condicionado, rodas de alumínio, outros materiais no acabamento, comando elétrico de vidros, trava central e retrovisores externos, e carcaça destes, pára-choques e moldura da grade frontal com pintura. O compartimento de bagagem tinha capacidade para 456 litros, considerada boa para seu tempo. Ainda em 1996 foram introduzidos os motores 4.3, com 180 cv e 34,7 mkgf, e 2.5 a diesel de 95 cv e 22,4 mkgf. O V6 agradou em cheio por dar velocidade máxima de 180 km/h e aceleração de 0 a 100 em 11 s, números equivalentes aos de carros esportivos como Maverick GT e Monza S/R. E o motor a óleo, em que pese ser o ideal para usuários que rodam muito, tinha desempenho fraco. Na linha 1997, chegou o acabamento de topo Executive, com motor de seis cilindros, rodas de liga usinadas com faixas douradas, regulagens elétricas no banco do motorista, acabamento interno em couro, apliques imitando madeira no console, faixas adesivas abaixo dos vidros laterais, grafia dos logotipos externos em dourado, duas bolsas infláveis e transmissão automática opcional. A novidade técnica eram as rodas com cinco parafusos de fixação em vez dos seis da linha anterior. Para 1998, o motor menor ganhou injeção multiponto, passando de 106 para 113 cv. Esta mecânica é limitada para o tamanho e o peso do Blazer, seja a injeção mono ou multiponto, e não permitia obter uma relação peso/potência favorável. Finalmente chegou a oferta de tração 4x4, mas somente para os motores 4.3 V6 e 2.5. O sistema era acionado por teclas no painel. Em 1999, chegaram novos pára-choques, rodas de alumínio com novo desenho, e na frente, a principal mudança: a moldura da grade mais encorpada, visando dar mais imponência (item importante para a proposta do Blazer) e tirando o ar de carro de passeio. A linha 2000 foi marcada por mudanças na mecânica: nova suspensão traseira e o motor MWM 2.8 a diesel de 132 cv e 34 mkgf substituía o Maxion de 2.5 litros. O novo motor oferecia melhor desempenho e menor consumo que seu antecessor. Para 2001, chegou um face-lift controverso, como na S10 de que deriva, como forma de dar imponência, mas o novo visual tinha muita dissonância entre os elementos novos e os antigos. Um destaque era a grade integrada ao capô, como nos Chevette de 1978 a 1982 e nos Escort/Verona de 1996. Na mecânica, o motor 2.2 saiu de cena e cedeu a vez para o 2.4 de 128 cv, e a tração 4x4 passou a ser vinculada ao motor a diesel. O ano de 2002 teve como novidades somente a série especial TDi, movida a óleo e com tração traseira, e novo sistema de injeção eletrônica para as versões de seis cilindros, que aumentou a potência de 180 para 192 cv. No ano seguinte, o Blazer recebeu pequenas mudanças estéticas: novas rodas, faróis com indicador de seta incolor em vez de âmbar e novos emblemas adesivos. Em 2004, o utilitário-esporte médio da General Motors passou a ter apenas duas opções de motor, o 2.4 a gasolina e o 2.8 a diesel. O 4.3 V6 deixou de existir pois, apesar de oferecer um excelente desempenho, consumia muito. A oferta de transmissão automática também foi retirada, repetindo o que ocorreu com o Chevette em 1991 e com o Monza em 1996. Lamentavelmente, o voltímetro e o manômetro foram abolidos do painel, uma decisão infeliz. Na linha 2005, o Blazer completou uma década e teve as versões renomeadas: Advantage (só com motor 2.4 e tração 4x2), Colina (com as duas opções de motor e tração), Tornado (idem a de entrada) e Executive (só com motor 2.8 e tração 4x4). O estilo já estava envelhecido e as vendas não acompanhavam as da S10. Em 2006, a versão Tornado desapareceu e as novidades foram grade em forma de cruz, novos pára-choques, capô com entrada de ar e nas versões a diesel, o motor passou a ter gerenciamento eletrônico, três válvulas por cilindro e injeção direta common-rail. Estas mudanças técnicas aumentaram potência e torque. Os ganhos foram, na ordem, de 132 para 140 cv e de 34 para 34,7 mkgf. A única novidade do ano seguinte foi a introdução do motor 2.4 flexível em combustível, com potência de 147 cv a álcool e 141 cv a gasolina. Em 2008, nada mudou. Para 2009, as novidades eram grade, capô e pára-choques redesenhados e a eliminação das opções de tração integral e motor a diesel. Não teve nenhuma novidade em 2010. Para 2011, o derradeiro ano do SUV da GM, mudou somente a entrada de ar situada na parte superior do capô. Em dezembro, o Blazer disse adeus ao mercado.

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