O Celta marcou pelas linhas modernas e bonitas para seu tempo, mas era simples e pouco equipado. Na foto, a versão inicial com três portas e motor de 1 litro e 60 cv, herdado do Corsa Wind.
Um Spirit cinco portas de 2007, com as reformulações introduzidas no mesmo ano.
Um LS três portas de 2013, com as reformas feitas no ano anterior.
Um LT cinco portas de 2015, seu último ano.
Lançado em setembro de 2000 já como modelo 2001, o Celta era um projeto brasileiro, e vinha para iniciar as atividades da General Motors na unidade de Gravataí(RS), cidade da Grande Porto Alegre. Seu nome origina-se de povos que viveram na antiguidade. Chegava também para ser uma opção moderna no segmento de entrada, uma vez que o Corsa Wind, do qual deriva, estava defasado e seria substituído dali a dois anos, assim como o Fiesta, que inauguraria a fábrica da Ford em Camaçari(BA), na região metropolitana de Salvador. O carrinho tinha um interior bastante despojado, em tom cinza-claro, no qual os bancos dianteiros tinham os encostos de cabeça costurados, e o conteúdo de série era limitado: tinha imobilizador do motor, cintos de segurança laterais traseiros de três pontos - em posição fixa, pois os dianteiros tinham regulagem de altura, banco traseiro com encostos de cabeça, barras de proteção nas portas, retrovisor externo nos dois lados e luz de ré somente na lanterna direita. A proposta era de simplicidade. Em janeiro seguinte, chegaram as ofertas de ar-condicionado, vidro traseiro térmico com limpador/lavador/desembaçador, aerofólio/pára-choques/retrovisores pintados, escapamento com ponteira diferenciada, vidros verdes, pára-brisa com faixa azul (degradê), chapa de proteção do cárter, frisos laterais e rodas de alumínio. A direção hidráulica não era oferecida de fábrica, mas podia ser instalada em concessionária. Na linha 2002, não teve novidades. O habitáculo agora vinha em cinza escuro. As vendas ficaram na marca de 106.413 unidades. Em 2003, as novidades eram as versões Energy e Super e a carroceria de cinco portas. As motorizações mudaram para 1.0 VHC, com 70 cv - a mesma do Corsa de segunda geração que estreou pouco antes e obtida com taxa de compressão mais elevada (12,6:1), e 1.4, agora com injeção multiponto e 85 cv. Esta era basicamente a mesma que equipou o acabamento GL do antigo modelo de entrada da GM, cujo rendimento era 60 cv e obtido com alimentação por injeção monoponto. Foi oferecida neste ano a série especial Piquet, equipada com o propulsor de 1 litro e que teve 30 unidades produzidas. O Celta fechou este ano com 115.129 carros negociados. Podia-se comprar o compacto da General Motors com a nova mecânica, tanto com três como com cinco portas, e em ambos os acabamentos. Para 2004, toda a linha recebeu estofamento de melhor qualidade e volante de três raios. A pintura azul na parte central do painel e nos difusores de ar também foi oferecida, mas durou pouco. Foram comercializadas 122.628 unidades do carrinho. No ano seguinte, mudou a nomenclatura das versões para Life (básica), na qual o conteúdo de série era conta-giros, marcador de temperatura, relógio digital, indicador de revisão programada, pára-choques sem pintura e rodas de 13 polegadas com supercalotas. Ar-condicionado e direção hidráulica eram os opcionais; Spirit (intermediária), que adicionava protetor do motor, pára-choques na cor do veículo e limpador/lavador/desembaçador do vidro traseiro de série; e Super (de topo), que trazia a mais rodas de 14 polegadas, iluminação do painel central e de instrumentos em tom verde, detalhes imitando aço escovado no painel, bancos com padronagem diferenciada, acabamento de melhor qualidade (incluindo tecido nas portas) e maçanetas externas na cor do veículo. Em junho, o conjunto motriz 1.0 passou a ser flexível em combustível, e seu equivalente a gasolina desapareceu. Estranhamente, o 1.4 permaneceu sendo monocombustível, e a marca da gravata jamais resolveu essa incoerência. Foi oferecido o pacote visual Off-Road, com adereços fora-de-estrada. O pequeno GM teve 119.864 exemplares vendidos. Em 2006, a buzina passou a ser no miolo do volante - até a linha anterior era na alavanca de seta, lembrando os carros franceses. O pequeno da marca da gravata fechou este ano com 126.213 unidades comercializadas. Para o ano de 2007, foram renovados os dois conjuntos óticos e o interior. A porta traseira foi redesenhada, recebeu um vinco, e teve a fechadura transferida do centro para o lado direito. Já a motorização 1.4 desapareceu, mas era padrão nos Celta exportados para a Argentina. Foram negociados 126.250 carros. Não houveram alterações relevantes em 2008. A linha 2009 trouxe como novidades o motor VHC-E, com mais potência (78 cv), acelerador eletrônico e tanque de combustível ampliado para 54 litros. O acabamento de topo Super foi eliminado, e foi oferecido o kit de personalização Energy, composto por saias laterais, spoiler dianteiro e traseiro, aerofólio e logotipos adesivos. O compacto da General Motors fechou este ano com 139.420 unidades vendidas. Para 2010, não teve alterações. Este foi o melhor ano em vendas internas: 155.094 exemplares. Em 2011, o Celta não teve novidades expressivas e foi testado pelo instituto Latin-NCAP, que avalia a proteção oferecida aos ocupantes em caso de acidente. Recebeu apenas uma estrela devido a ausência de itens de segurança importantes, que outros modelos traziam de série. Foram vendidas 149.047 unidades. O ano de 2012 marcou pela segunda reestilização, que incluía novo pára-choque dianteiro com grade dividida e emblema dourado, faróis e lanternas em tonalidade mais escura, volante redesenhado, bancos com novo revestimento e painel com grafia reformulada e iluminação em tom azul. A nomenclatura das versões mudou para LS (de entrada) e LT (de topo). A primeira trazia pára-choques pintados, e a segunda adicionava de série ar quente, protetor de cárter, desembaçador traseiro e acabamento especial na cor prata. O carrinho fechou o ano com 137.622 exemplares vendidos. Em 2013, foi lançada a série limitada Advantage. O Celta foi mais um GM a oferecê-la, pois ela já foi disponibilizada anteriormente no Astra Sedan e no Blazer. Aí começou a decadência do descendente do Corsa: foram vendidas 74.659 unidades. A linha 2014 marcou pela introdução das bolsas infláveis e dos freios com sistema antitravamento (ABS), mas somente na versão mais luxuosa. A marca da gravata realizou um recall para inspeção e substituição do filtro de combustível. Foram comercializados 42.654 exemplares do compacto, que foi normalmente apresentado para 2015, mas em abril encerrou sua longa carreira, deixando saudades. Foram negociados 17.835 carros. O Celta, apesar de limitações como aproveitamento de espaço, qualidade de materiais de acabamento e posição de dirigir deficiente, conquistou o público por ser um modelo econômico, de baixo peso, bom desempenho na cidade, fácil de manobrar e de estacionar, robusto, durável, bonito e com linhas aerodinâmicas e modernas para seu tempo.