A Caravan conquistou muitos fãs como o Opala de quem deriva por ser confortável, por oferecer um amplo espaço interno e de bagagem e ter um desempenho coerente, estando inclusive entre os mais velozes com motor 4.1 a álcool. Na foto acima, uma Diplomata de 1992, seu derradeiro ano, quando saiu de linha junto com o carro que a originou.
Na versão Comodoro, a perua também se destacava pelo conforto e pelo espaço para os passageiros e bagagem. Na foto acima, um exemplar de 1980, ano em que foram introduzidos o motor de 2,5 litros a álcool e as lanternas traseiras trapezoidais.
A Caravan SS, lançada para 1978: tinha faixas pretas e o logotipo da versão no volante. O slogan "Leve tudo na esportiva" mostra uma campanha bem bolada e criativa. O desempenho era um destaque positivo graças ao motor 250-S.
Uma Comodoro de 1985: tinha novo acabamento tanto interna quanto externamente, mas conservando a versatilidade e o conforto, duas qualidades que consagraram a perua.
A série especial SilverStar, de 1982: tinha acabamento sóbrio e pintura externa prata. Foi oferecida também no Opala.
A campanha de 1976, quando a Caravan foi eleita o Carro do Ano pela revista Auto Esporte. O mencionado título é tradicionalíssimo entre os carros da General Motors, uma vez que fora conquistado por Opala (1972), Chevette (1974 e 1981), Monza (1983, 1987 e 1988), Kadett (1991), Omega (1993), Corsa (1995 e 1996) e Vectra (1994 e 1997).
A campanha de lançamento, para a linha 1975, quando chegou ao mesmo tempo o face-lift do Opala: anunciava as qualidades que a Caravan oferecia. A perua conquistou muitos fãs como o carro por ser confortável, robusta e por ter bom desempenho e tração traseira, mas só vinha com três portas, ao contrário de sua correspondente lançada na Europa.
A Caravan recebeu o acabamento Diplomata na linha 1986, trazendo opções de pintura em dois tons, bagageiro no teto e cobertura do porta-malas. Esta versão foi uma resposta a Quantum, derivada do Santana lançada na mesma época, que vinha com cinco portas, enquanto a perua da GM permaneceu com três, atendendo a preferência nacional da época.
Uma Ambulância de 1980: interessante variação da perua, que durou até o fim de sua vida em 1992. A última Caravan produzida foi desta versão.
A Caravan foi também muito usada como carro de Polícia, a exemplo do Opala e também da perua Ipanema e do utilitário-esporte Blazer. Na foto, um modelo de 1977.
Uma Comodoro de 1992: vinha bem equipada, com bons itens de série, mas trazendo opcionalmente parte do conteúdo da Diplomata.
Lançada em 1974, a Caravan é a perua da linha Opala. Seus motores eram 2.5 de 4 cilindros e 4.1 de 6 cilindros, ambos com tração traseira. O motor menor já tinha as medidas de diâmetro dos cilindros e curso dos pistões melhoradas (de 98,4 x 82,5 mm passava para 101,6 x 76,2 mm), mais volante do motor de menor massa e servo-freio de série. Tinha radiador selado como a Ford Belina, derivada do Corcel e portanto de porte e cilindrada inferiores, já vinha com a primeira reformulação do Opala e era disponível nos acabamentos básico e Comodoro, mas apenas com três portas, como os brasileiros preferiam. A suspensão dianteira já vinha com nova manga de eixo, que eliminava o problema crônico do afastamento das pastilhas do disco, que acometia os Opala de competição. No ano seguinte, mais novidades: na mecânica, taxa de compressão aumentada de 7 para 7,5:1, câmbio automático com alavanca no assoalho e motor 4 cilindros para toda a linha. No acabamento, bancos individuais reclináveis com opção de encosto alto ou baixo e revestimento monocromático preto ou marrom. Neste ano a Caravan ganhou o título de Carro do Ano pela revista AutoEsporte, título conquistado pelo Opala em 1972 e a maior novidade era a oferta do motor 250-S, com carburador de corpo duplo, tuchos mecânicos, taxa de compressão maior (8,5:1) e comando de válvulas de maiores duração e levantamento. O manual recomendava abastecer com gasolina azul, a exemplo do que também ocorria com o Chevette GP II, lançado no ano seguinte, quando foi lançado o novo câmbio com sobremarcha, com a 3ª direta e a 4ª mais longa, visando menores consumo e nível de ruído em viagens. Essa vantagem era bem perceptível com o motor de 6 cilindros, mas no de 4 reduzir da 4ª para a 3ª não dava boas respostas, exigindo redução para a 2ª, fazendo essa solução ter pouco sucesso. Veio uma série especial com rodas esportivas e vacuômetro, este para ajudar o motorista a economizar combustível em um tempo de postos fechados nos fins de semana e velocidade máxima de 80 km/h nas rodovias. Para a linha 1978, chegava a versão SS, que tinha faróis de neblina, faixas pretas, oferta de motor 250-S, alavanca de mudanças no assoalho e novas rodas de aço com tala mais larga, e a Comodoro ganha opção de interior vinho, console com relógio, faróis de neblina e conta-giros. Em 1979, chegavam carburador de dois estágios, tanque de maior capacidade (65 litros) e freio de estacionamento com alavanca entre os bancos dianteiros. Na linha 1980, chegava a segunda reestilização, com lanternas traseiras trapezoidais, pára-choques mais espessos com faixa preta (na SS eram pintados na cor do carro) e luzes direcionais envolventes. Chegavam pneus radiais 195/70-14, e a suspensão recebeu evoluções: novas buchas mais silenciosas, molas e amortecedores recalibrados e barra estabilizadora mais grossa. Neste ano o motor 2.5 passava a ser oferecido a álcool, com 6 cv a mais que o movido a combustível derivado de petróleo. No ano seguinte, a tão esperada reformulação interna, com painel retilíneo em plástico e quadro de instrumentos em três círculos, onde havia no da direita relógio na Comodoro, e na versão básica era desocupado. Todas as versões receberam uma melhoria técnica, a válvula limitadora de pressão nos freios traseiros. A SS saiu de cena. Para 1982, foi oferecida a série especial Silver Star, com acabamento simples e cor externa prata. As evoluções técnicas desse ano foram ignição eletrônica de série e tanque ampliado para 84 litros, bem-vindo num tempo em que a estúpida medida do governo militar ainda estava vigente. Para 1983, a única mudança foi na mecânica, a oferta do câmbio de 5 marchas para o motor de 4 cilindros, que três anos antes já era disponível a combustível vegetal. A nova caixa era a mesma oferecida no Chevette, com 4ª direta (1:1) e 5ª multiplicada (0,84). No ano seguinte, nada mudou. As vendas estavam sendo prejudicadas pelo fato de o motor 6 cilindros ser disponível somente a gasolina num tempo em que o álcool era a esmagadora maioria entre os carros novos, e além disso o referido motor já usava combustível vegetal para equipar os Opala que competiam na Stock Car. Mais uma reforma de estilo chegava na linha 1985: pára-choques com ponteiras plásticas, maçanetas externas embutidas na cor preta, molduras dos retrovisores, rodas e supercalotas redesenhadas e luzes direcionais traseiras na cor âmbar, para atender a legislação. Por dentro vinham nova grafia dos instrumentos, bancos com encosto de cabeça separado e novos revestimentos, travas junto as maçanetas, alças de apoio no teto iguais as do Monza, e finalmente chegou a oferta de comando elétrico de vidros, retrovisores e trava central, item que já era oferecido em carros de porte e preço menores, como o modelo médio da GM, e também no Del Rey e no então recém-lançado Santana. Finalmente o motor 4.1 podia vir a álcool. Para 1986, foi introduzido o acabamento Diplomata, com estofamento de tecido de qualidade superior, bagageiro no teto, faróis de neblina ao lado do farol principal e opção de pintura em dois tons. As outras versões seguiram sem mudanças. No ano seguinte, a perua não mudou nada. Em 1988, a Caravan recebeu mudanças mecânicas: nova caixa de câmbio automática, importada da ZF alemã, com 4 marchas e bloqueio do conversor de torque, a mesma que equipava os Jaguar e BMW da época, novas buchas da suspensão, barra estabilizadora mais grossa, eixo cardã bipartido e amortecedores pressurizados. No estilo, os faróis passaram a ser trapezoidais com unidades de longo alcance incorporadas na Diplomata; esta tinha rodas de alumínio de desenho inédito e o emblema dianteiro acima da grade; na Comodoro, as rodas passaram a ser as mesmas da versão de topo de 1986 e 1987 e a gravatinha ficava sobre a grade dianteira, como na SL. Por dentro, vinham saída de ar-condicionado para os passageiros de trás, alerta sonoro de faróis ligados, temporizadores para faróis, luz interna e vidros elétricos, grafia dos instrumentos e volante reformulados, e regulagem de altura deste, item que voltava aos carros nacionais depois de dois anos, pois o Alfa Romeo TI-4, que já oferecia este item de conforto, foi extinto em 1986. Para a linha 1989, os retrovisores externos foram redesenhados, a Diplomata ganhou lanternas fumês e o tanque de combustível passou a ser de plástico, inovação trazida no ano anterior pelo Escort. A perua chegou aos anos 90 recebendo tanque maior, com capacidade de 91 litros, e na mecânica, o motor maior recebia bielas mais longas, pistões mais leves e com anéis mais estreitos, taxa de compressão de 8:1, novo coletor de admissão e o carburador passava a ser o Brosol 3E, o mesmo que equipava o Monza. Essas mudanças reduziram os níveis de emissões poluentes, melhoraram consumo e desempenho e davam mais potência (a álcool, passava de 135 para 141 cv e a gasolina, de 118 para 121 cv). Na linha 1991, as novidades foram pára-choques envolventes em plástico polipropileno, grade dianteira redesenhada, emblema dianteiro acima desta, rodas de 15 polegadas com pneus 195/65 na Diplomata, letreiros externos novos, e na Comodoro as rodas aro 14 que equipavam a versão de topo de 1988 a 1990. Já a SL ganhou novo tecido nos bancos, com a padronagem igual a dos Monza e Kadett do mesmo acabamento. Tecnicamente, o ventilador do radiador voltou a ser mecânico, com acionamento por correia, a direção hidráulica ganhou comando eletrônico, a bateria passou a ser selada, dispensando reposição periódica de água, e a oferta de freios a disco nas quatro rodas (opcional na Comodoro e de série na Diplomata) voltou depois de cinco anos ao mercado brasileiro, pois o último carro a oferecer esse item foi o Alfa Romeo. No interior, vinham volante redesenhado, nova padronagem dos bancos e painéis das portas, opção de revestimento em couro para a Diplomata e teto com revestimento pré-moldado, item que o Monza passou a oferecer ao mesmo tempo e que o Del Rey já dispunha desde que foi lançado. Para 1992, o derradeiro ano, chegavam o catalisador, que os médios Monza e Kadett dispensavam graças a injeção eletrônica para todas as versões, encostos de cabeça vazados e a oferta de câmbio de 5 marchas para as versões 4.1. Neste ano, a Caravan se despediu do mercado junto com o Opala. No dia 16 de abril, foi produzida a última unidade da perua - uma Ambulância, enquanto a do sedã foi um Diplomata Collector.